Duas Primaveras

Você já pensou que, enquanto o sol brilha aqui, no outro lado do mundo já é noite? Já viajou e chegou na mesma hora que você saiu? Pois é. Tudo é uma questão de referencial. E de cultura! E quando se "viaja", pode-se mudar tudo; variar de parâmetros, personagens, sem compromissos!!! Eu vivi, feliz, duas primaveras... No Brasil e na Europa... Aqui vão estas e muitas outras. E que seja assim sempre: várias primaveras de mim mesma!!!

29.10.04

Brigton? Camden Market!!!

Eu tinha combinado de ir a Brigton com a Tábata. Acordei preocupada com isso e não consegui mais dormir. Ainda assim, cheguei atrasada. Depois de procurar, na estacão de ônibus, perto de Victoria Station, desisti, porque é muito grande.

Tentei ligar pra casa, para saber se ela tinha deixado recado. Ao longo da semana, com o pessoal do albergue e com a Alucynate, eu já tinha sentido a falta que um celular faz…

Desisti e resolvi olhar o guia para saber o que ia fazer. Nisso, a Tábata veio chegando. Estava ainda mais atrasada do que eu... Eu estava na ressaca total, ainda não sabia do Night bus, nem lembrava como tinha voltado para casa (again, again and always...).

Mais uma vez não consegui ir a Brigton. Sei que resolvemos ir para Camden Market. Outro lugar super legal. Lembro que tinha uma loja muito maneira com umas roupas alternativas, moldes, fora os negócios que brilhavam; cyberdog. Se eu tivesse com dinheiro sobrando, ou no final da viagem, teria sido um perigo...

Minha irmã diz que, como toda criança, eu gosto de tudo que pisca, brilha, faz barulho ou é diferente... Mesmo assim, comprei várias coisas. Inclusive uma mochila para aposentar minha velha –velha mesmo- mochila da Chomp...

Andamos por vários lugares por ali, muito bonitinho o lugar. O dia estava lindo e a gente ficou até brincando: “um dia lindo, nós acordamos, mudamos de idéia, não viajamos, que fazer agora nesta tarde linda em Londres???”. A seguir cenas do próximo capítulo...

Euzinha

28.10.04

Alucynate

Aí foi o episódio problema de comunicação. Eu sabia que ia dar nisso. A Alucynate tinha falado da “p” do Virgin, eu não vi, ao sair da estação, todo mundo me indicando que era pra dentro.

Achei que tivesse entendido a Alucynate errado ou não lembrasse direito e fui para dentro do Soho (sempre acho que minha memória está me traindo, se eu não anoto, danou-se. Outro dia, no Brasil, deixei um amigo esperando porque não sabia se tinha marcado em frente à escada rolante do cinema ou em frente ao cinema...). Acabei ligando de novo para Alucynate e voltando pra frente da estação, onde ficava o teatro.

Como ela não aparecia, liguei de novo. Ela perguntou onde estava e eu falei que estava em frente ao teatro, ela perguntou de novo, eu falei "em frente ao teatro na rua tal", ela perguntou "está dentro da cabine?", eu respondi que estava, ela perguntou pela terceira vez, “dentro da cabine???”, e eu já ia responder de novo quando vi que ela estava na porta, do lado de fora, olhando para mim, rindo. Figuraça. Ah, e o Virgin estava na minha cara. Enfim...

Ficamos bebendo num barzinho no Soho. Tinha uma amiga dela junto. Ficamos conversando e, segundo ela, estava vestindo calça e camisa comprados no Rio Sul, no Brasil (...risos…).

Achei engraçado ela perguntar de uma bebida que ela tomava no Brasil, eu não conseguia entender o nome que ela falava. Bebida sem álcool? Não fazia a menor idéia do que ela estava falando... Fui arriscando. Era açaí batido...

Acabamos saindo cedo, eu estava triste, porque a Alucynate ia viajar, as meninas estavam voltando. Já estava quase em Kilburn quando cismei que não ia conseguir voltar para casa. Tentei falar com o pessoal do albergue e terminei numa boate indicada por um garoto(tsc...tsc...tsc...tsc...).

Euzinha

27.10.04

Abbey Road

Também fomos ver a famosa rua dos Beatles: Abbey Road. Aquela confusão normal. Pegamos um ônibus e estava tão engarrafado que saltamos e resolvemos ir andando. Eis que, ao olharmos, em Bond Street, estavam montando um painel do Rio de Janeiro. Depois eu vim a saber que ali, na Selfridges, seria uma exposição em homenagem ao Brasil. Show de bola.

Enfim chegamos e nos divertimos! Tiramos foto e foi engraçado porque era uma daquelas ruas sem sinal, que, ao chegar no fim da calçada, os carros já param. E a gente estava esperando não vir carro nenhum para tirar uma foto imitando a clássica foto dos Beatles.

O problema é que mal nos aproximávamos da rua, esperando, e os carros já paravam... Rimos muito. E quem tirou nossa foto foram duas brasileiras, que, coincidentemente, estavam por lá. Quando nós as avistamos, logo viramos e falamos português. Estranho como a gente se reconhece...

Ainda fomos num café em homenagem aos Beatles, perto do underground, e mais brasileiros lá. Ali, eu estava até mais no caminho de casa e eu ia encontrar a Alucynate nesse dia. Mas, como era o último dia da Nat e da Gabis, que estavam indo para Amsterdam, eu voltei com elas até Oxford Circus.

Apesar da nostalgia antecipada, nem fiquei muito na estação, fui em casa tomar banho pra encontrar a Alucynate. Cheguei, tomei banho e saí de novo. Mrs G pedindo para eu tomar cuidado, pois sempre chegava tarde (risos...).

Euzinha

26.10.04

Portobello Road

Eu tinha ficado de ver a troca da guarda de manhã, no Palácio de Buckingham, e depois encontrar as meninas em Picadilly Circus. Acordei, na maior tranquilidade, porque eu tinha ido dormir super tarde, tomei banho, arrumei as coisas e fui pra estação de Kilburn.

Para minha surpresa, quando olhei a hora na estação, já estava quase na hora que eu tinha combinado com elas. Ao invés de colocar o relógio para despertar quando cheguei, bêbada, mudei a hora do relógio. Acabei indo direto encontrá-las e ainda cheguei atrasada… Elas me sacanearam muito...

Fomos pra Portobello Road, que a Alucynate tinha nos indicado. Passamos por Notting Hill e ficamos que nem crianças lembrando do filme, até tiramos foto da placa do underground...

Lugar super legal, parece uma rua do Lavradio. Lojinhas, antiquários, clima super dez. Ficamos lá, almoçamos numa lanchonete que a Nat estava doida pra comer e eu ainda comi um crepe doce de banana com chocolate. Tudo de bom. E ainda fizemos a festa comprando coisas. Ah, a Tábata, como sempre, encontrou uma outra amiga do albergue...

Euzinha

23.10.04

British Museum and Dirty Dicks

Fomos também ao British Museum e estávamos acabadas. Quando estávamos chegando, encontramos o Rique com o pessoal do albergue. Bom que eu estava morrendo de saudades.

Um dos garotos sentou no chão, na porta do museu, e colocou um cartaz com um potinho pedindo contribuições, dizendo alguma coisa do gênero que era maluco, drogado, algo assim, simplesmente hilário. Fiquei brincando dizendo que iria mandar aquela foto pra minha chefe, intitulada: “meus novos amigos em Londres”...

Lá dentro, rodamos e depois sentamos pra tomar um café. Merecido. A Nat estava dormindo na mesa... Tinha que ver a galera passando e olhando...

A gente ficou de encontrar o pessoal no Dirty Dicks à noite. As meninas estavam cansadas e foram pro hostel delas. Eu fui encontrá-los, era em Liverpool Street.

Adivinha quem eu encontro no underground do nada? Tábata que acabou indo comigo. Lá, ficamos bebendo conversando, e eu conheci mais gente do albergue, encontrei o americano, além do pessoal do Dirty Dicks, a portuguesa Nono, entre outros. Super legal.

Euzinha

22.10.04

Onde estava o Doggett’s???

Eu e Nat fomos para o ponto de encontro com a Tábata e com a Gabis, em Leicester Square, passando primeiro numa galeria de fotografias (tinham catálogos do Sebastião Salgado e do Bresson... salve salve, agora eterno Bresson...); muito legal.

Andamos, procuramos que procuramos um pub, tentei achar o Doggett’s de novo, mas eu não sabia em que ponte tinha sido… Totalmente seqüelada…

Andamos tanto e terminamos onde? No Walkabout, só que em outro. Nesse dia, andamos no ônibus de dois andares, fizemos questão. E daqueles antigos!!! Estava o maior engarramento aquela hora. Digno de horário do rush no Rio…

Lembro muito pouco deste dia, bebi muito, mal lembro do pessoal que a gente conheceu. Fui misturar cerveja com outras coisas, entre elas uma bebida rosa (???). Aliás, a mulher do banheiro de lá era muito dez. Contou várias histórias, muito simpática.

Era o maior clima happy hour, dançamos, cantamos, bebemos, mudamos de mesa dez vezes (risos…). Teve uma hora que eu já estava pegando duas bebidas juntas… O cantor era uma gracinha, mas “marrento” que só… Enfim, lembro pouco...

As meninas iam ficar só uns dias, mas foram ficando… Mal de Londres!!!

Euzinha

21.10.04

Madame Tussauds

Madame Tussauds é uma famosa atração, não só em London. É um museu de cera com personagens famosos e históricos. A tal Madame começou a carreira fazendo modelagem em cera, para tirar máscaras das vítimas mais conhecidas da Revolução Francesa.

A Nat queria ir no Madame Tussauds e eu, que não quis ir em Amsterdam, acabei indo em London. E olha que, em Amsterdam, eu tinha cartão de desconto. Almoçamos no Pret a Manger ( os sanduíches básicos...risos...) e fomos.

Nesse museu, existem alguns bonecos de cera perfeitos. Teve uma hora que eu e Nat achamos que era um cara tirando foto com um boneco, mas eram dois bonecos... Fora que a gente fez mais de um passeio de barquinho numa parte que vai trilhando um pouco da história de Londres, incluindo o incêndio na igreja St Paul’s, que depois foi reconstruída. Parecíamos crianças (como sempre!).

O Senna está péssimo. Procuramos a do Pelé, mas estava em manutenção. Van Gogh e Fidel estão perfeitos. A Buffy, caça vampiros, também.

Na saída, fomos perguntar a um cara, quase desisti achando que era boneco também... Pensamos em ir a um Museu ali perto, mas andamos e não achamos. Chegamos a perguntar a um velhinho que não sabia, mas, veja bem a educação, parou, olhou o mapa, queria voltar andando com a gente, que, na verdade, estava até com pressa porque tinha horário pra fechar o museu...

Euzinha

20.10.04

Haja coisa para lembrar!!!

Com as meninas, ainda protagonizei várias cenas engraçadas e momentos-surpresa. Um dia, entramos de bobeira, na Nike, uma loja enooooooorme, e estava acontecendo um mini-campeonato de futebol, a final inclusive. Disputada por quem? Um brasileiro e um português. Ficamos assistindo “amarradonas”. Fora que havia várias fotos de jogadores brasileiros, além de coisas do Brasil.

Foi com elas também que comprei o meu boné (mania de coleções: pin, camisa, ímã...igual criança...que depois acabo dando ou esquecendo...) de ursinho de Londres; Teddy bear... As meninas ficaram me sacaneando que ao menos a sacola era legal. Mas o meu boné também é uma gracinha!!!

Num dia, tínhamos almoçado em frente à Torre de Londres e cismamos de tirar foto com a placa do underground. Pedimos a uma senhora que o fez com toda boa vontade, mas só tirou foto da gente, nada da placa, ainda bem que era digital! E eu estava atacadíssima nesses dias, tentando diminuir o número de cigarros por dia...

Tiramos foto também– a primeira- na Tower Bridge. Porque, como fiquei muito tempo em Londres, passei várias vezes nos mesmos lugares, e quase nunca me lembrava se já tinha tirado uma foto (risos)...

Na maravilhosa companhia desta minhas novas amigas (até hoje), fui ver The Phantom of The Opera. Gente, que legal. Tudo num espetáculo só. Uma orquestra maravilhosa, o cenário, figurino, a interpretação, eles cantando...

Fora que o ator era lindo e era simulando o Opéra de Paris... Saímos de lá cantando as músicas da peça e posso dizer que assim fiquei por vários dias... Poxa, tem uma cena que a luz cai. E a do barquinho? Muito dez.

Está bem, meninas, está bem, eu admito...eu chorei sim (pela terceira vez, creio eu)!!! Aliás, as meninas encontraram um casal, que estava na fila da frente, que tinha ido a Eurodisney com elas...coincidências da vida!

Nessa altura, eu já tinha arrumado lápis e caneta do curso, a Nat se penitenciou e me deu uma borracha da National Gallery... Lembrei porque eu retribuí o presente com um pin da peça, igual ao que comprei pra mim.

E, que loucura, muito tempo depois, já no Brasil, acordei assustada à noite com uma luz forte. Era o pin, pendurado na cortiça, que brilhava no escuro, assim como as lembranças acendendo no escuro de minha mente-memória...

Euzinha

19.10.04

Torre de Londres

Quando eu, Nat e Gabis fomos à Torre de Londres, tiramos fotos hilárias, por exemplo, brincando de tortura. Aliás, inclusive com um daqueles guardinhas que não podem mexer.

Ficamos falando tanta besteira em frente a ele, que não agüentou e começou a rir. Ficou tão nervoso que começou a marchar que nem um louco empunhando a arma... Tem foto dele, coitadinho, era uma gracinha e super novinho. Depois os amigos dele, que não estavam mais fardados, passaram sacaneando...

Lá também que a Nat ficou falando que nem criança, ao olhar: “toooooooooooower Bridge”. Foi tão engraçado que um outro cara, provavelmente turista, passou rindo... Depois, sempre nos referíamos a Tower Bridge, falando assim, meio arrastado, meio que nem criança!

E eu fiquei “pilhando” também um dos caras com roupa de encenação, falei que ele estava uma gracinha naquela roupa e ele respondeu que eu que estava uma gracinha... Ai, ai... viagem pra “viajar”...

Euzinha

18.10.04

A chuva

Ao chegarmos na estação Tottenham Court Road – a mesma na qual eu encontraria depois minha amiga inglesa ( a quem chamo carinhosamente de “Alucynate”), chovia muito, mas muito mesmo. E eu estava sem guarda-chuva, nem capa. As meninas tinham pego capas de chuva, brancas, de plástico – horríveis, de graça no hostel.

Aí a Nat ofereceu, como era larga, pra eu usar junto com ela. Coloquei minha cabeça no lugar onde era um dos braços e fiquei sem enxergar nada. Mas, para colocarmos a capa, as duas, foi uma cena hilariante. A tal ponto que, vários ingleses, que esperavam espremidos a chuva passar, vieram ajudar a gente a colocar a capa.

Estava todo mundo rindo, a Gabis, que viu a cena de fora, disse que, se naquela hora a gente passasse um chapéu, teria recebido várias moedas... Agora imagina, vários ingleses, normalmente sisudos, rindo e ajudando a gente a colocar a capa...

Bom, nós 3, loucas, resolvemos enfrentar a chuva e saímos. Eu não enxergava nada, pois minha cabeça não estava para fora. Além do que estávamos andando rápido e rindo muito, muito. As poucas pessoas que estavam na rua não paravam de rir da gente...

Eu só zoando: “Nat, vc está olhando certo o look right, look left, não estou vendo nada, não quero ser atropelada”. E, em plena chuva, a gente procurando o Walkabout...

Quando encontramos, parecia uma miragem no deserto.... Não sem antes uma menina vir perguntar onde tínhamos arrumado a capa porque ela queria uma... Pensamos em pegar várias e ficar de prontidão para vender na próxima chuvarada... Sempre tínhamos estas idéias loucas, já tínhamos brincado sobre as havaianas e cds dos Tribalistas...

Chegamos ao Walkabout e nos recompusemos. Tira capa, arruma cabelo, bolsa. Ainda assim, eu me molhei. Depois eu vim a saber, pelo meu amigo inglês, que aquela tinha sido uma das piores chuvas dos últimos tempos, cujo vento chegou a quebrar as janelas de uma estação do underground... Ficamos lá bebendo e fofocando o maior tempão com a desculpa da chuva passar, que não passava de jeito nenhum...

Euzinha

15.10.04

Por aí

Rique, em sua passagem pelo Brasil, agora, trouxe muita diversão e muitas outras lembranças de London London.... E esse post vai em sua homenagem, amigo, após espetaculares 3 semanas no Brasil... Rapidamente, retomamos o antigo slogan “I am brazilian, I have no money”.

Fizemos vários amigos em Londres que, sempre muito gentis, pagavam drinks e mais drinks para mim, para Tá e para o resto da galera. E, ao perguntarmos o porquê disso, eles citavam, brincando, o slogan... Se, em Londres, cansamos de utilizar esta frase de efeito, na primavera daqui, em pouco tempo, conhecemos vários “greengoes” e continuamos a brincadeira, entre outras... “Are U Okkkk???? Are U gayyy????” (risos...).

Voltando a Londres, um dia, estávamos em um bar e lemos no cardápio uma “bebida exótica”. Curiosidade brasileira, acabamos perguntando no que consistia a bebida exótica... Sabem o que era? Junto ao álcool, era utilizado melão... Exótico???

Também me lembrei das oficinas nas aulas. Num pretenso programa culinário, o professor insistia que eu apresentasse a receita de feijoada. Calculem, não sei o nome dos ingredientes nem em português... Consegui dissuadi-lo da idéia apresentando a receita de caipirinha (essa eu sabia...risos...). Aliás, o mesmo professor cansou de zombar dos americanos. Falou que os ingleses não tinham paciência com os americanos e citou, inclusive, muitos que chegam a Londres procurando por um circo em Picadilly Circus (juro que ele contou isso...).

Eu e Rique também rimos bastante lembrando dos avisos no underground e eu contei que, ao chegar no Brasil, além de ficar esperando o bilhete do metrô como se estivesse em Londres ( porque em Londres eu tinha passe e aqui era bilhete unitário...), ainda fiquei sorrindo, sozinha, ouvindo os mesmos dizeres, só que em português: “cuidado com seus pertences”, “cuidado com o vão entre o trem e a plataforma”. Coisas que, aqui, incrivelmente, nunca tinha me ligado antes...

Para coroar mais estas outras lembranças trazidas pela presença do Rique no Brazil ( on purpose, using “z”...), lembramos do dia em que conhecemos um “suíço” numa boate. Depois de algum tempo conversando com ele em inglês, descobri que o garoto era filho de brasileira e falava perfeitamente português. É, as recordações, seja de onde for, seja em que país você estiver, elas sempre vêm... Salve, salve, Rique, obrigada pelas lembranças, farras e sorrisos!!! Feliz daquele que tem amigos... A gente se vê por aí!!! E que os "passarinhos continuem cantando"...

14.10.04

Início da Semana Nat - Gabis

Quando elas chegaram em Londres, foram me encontrar em frente ao Green Park: Nat e Gabis. Elas ficaram impressionadas com o tempo e eu falei que já tinha estado mais calor, já estava esfriando.

Ficamos andando por Londres depois de comermos. Andamos na London Eye e foi hilário porque a Gabis morre de medo de altura. E o medo do terrorismo estava tão sinistro, principalmente por causa da bomba encontrada, que cada compartimento da London Eye era olhado antes dos visitantes entrarem.

A vista lá de cima é maravilhosa. Dá uma boa idéia de parte de Londres. Fomos andando até o Big Ben, passamos pela pracinha, pela abadia de Westminster, que, para variar, estava fechada. Acredita que fui mais de cinco vezes lá ao longo da viagem e estava sempre fechada? Os horários não deram de jeito nenhum...cheguei a brincar dizendo que era mentira que aquilo estava aberto em alguma hora...

Também demos um passeio por Covent Garden. Lugar super legal, super bonitinho. A Nat e a Gabis tinham cismado com uma estátua de uma bailarina que tinha no guia delas e achamos. Bonita, mas parecia bem maior no guia. Aliás, na minha foto, a Gabis está falando ao telefone no fundo...

Ficamos na galeria depois assistindo a um show de uns artistas de rua. Existem vários lá. Tinha inclusive um cara fazendo malabarismos com duas pessoas da platéia, que ficavam hiper sem graça...

Ele colocava um em cima do outro, puxava daqui, dali, membros pra todo lado. E isso com pessoas da platéia que não se conheciam. Depois da apresentação, nós as vimos saindo envergonhadas...

Depois resolvemos ir a um Pub. Ficamos na maior dúvida, decidimos um que estava no super guia da Gabis. Quando chegamos na estação, fomos comprar alguma coisa, ainda no metrô.

Falando português, encontramos um brasileiro. Ele trabalhava na lojinha e puxou assunto. Super simpático, falou que, naquele dia, era melhor irmos ao Walkabout. Aí começamos a descobrir que todos os caminhos levavam ao Walkabout... Nem saímos do underground, voltamos para as linhas e lá fomos nós pro Walkabout...

Euzinha

13.10.04

Earl’s Court

Num dia, fui para um pub, que tinha sido indicado por um amigo, em Earl’s Court. Linha District. O pub estava vazio, não fiquei muito lá e ainda voltei para casa em tempo de comprar umas coisas numa loja de um indiano que ficou meu amigo e me ofereceu emprego. Ah, e de encontrar, do nada, o Gabriel fazendo compras também... Surreal...

Nesse mesmo dia, as meninas (de Paris) me ligaram tardão, Mrs G foi me chamar, quase morri de vergonha. Pedi desculpas, dizendo que eram amigos do Brasil que não tinham se tocado do fuso horário...

Coincidências à parte, o hostel delas era lá também, em Earl’s Court. Engraçado que sempre encontrávamos a Tábata do nada. Em London, não foi diferente. As meninas deixaram recado na recepção do Hostel delas pra Tábata, quando ela chegasse em London, e eis que ela estava no mesmo quarto que elas, ao subirem. Ela tinha chegado antes... Ficávamos zoando: “haja gps”.

Aliás, teve um coisa engraçada sobre isso. Cada vez que mandava e-mail, mandava de um lugar, com algum plano diferente, um dia recebi uma resposta: “onde você está afinal e onde está indo, por favor, ligue o seu GPS...”.

Euzinha

O curso

Não foi difícil chegar ao curso. Era inclusive perto da Picadilly, em frente ao Green Park, saltando na estação homônima. No lugar do endereço, tinha uma placa mandando ir para outra rua. Mas falaram pra voltar, que já iria abrir, que era lá mesmo. Já na entrada, havia vários estudantes. Conheci muita gente que até ficou colega, mas, no geral, não tive muito contato com a galera do curso.

Minha primeira impressão foi péssima. Muita gente de sotaque enrolado na sala, o professor falando uma série de coisas que eu estava cansada de saber... Má vontade; eu sei... Mas meu primeiro professor de written english era um gato (risos), super gente boa, ficou de vir ao Brasil me visitar...

Euzinha

8.10.04

Impressões

Minha primeira impressão de Kilburn foi preconceituosa, admito. Cheio de árabes e negros (muito legais, antes que alguém torça o nariz...), muitas vezes nem parecia Inglaterra. Aliás, vale o comentário que 50% da população da parte central de Londres é composta de imigrantes...

Mas, na verdade, Kilburn é uma região mais pobre (e mais barata), apesar das casinhas lindas. Fica na região dois de Londres. O lugar é paradisíaco, a verdade é essa.

Muitos pássaros, esquilos andando nos jardins. A minha casa mesmo tinha um quintal lindo, embora eu mesma nunca tenha desfrutado dele. Vi várias vezes Mrs G pegando um solzinho, bebendo, “amarradona”.

No dia em que cheguei, fui apresentada a um garoto japonês, que estava na casa também. Meio que “desarrumei” minhas coisas e saí de novo. Fui para Picadilly Circus. Achei o lugar super legal. Fiquei andando sem rumo. Passei em frente a National Gallery de novo...

O tempo ainda estava bom, tinha tido um show ali e estava cheio na Trafagar Square. Conheci um inglês (família escocesa...) figuraça ali, embora não tenha entendido metade do que ele falou... Só sei que queria que eu fosse pra casa dele, convite comum nesta viagem... Voltei para casa relativamente cedo para preparar as coisas para o curso no dia seguinte.

Euzinha

7.10.04

“Mrs G”

Toquei várias vezes antes que ela atendesse, uma senhora de 75 anos, um amor de pessoa. Acho que ela estava dormindo, coitada.

Ela se apresentou, mostrou o meu quarto, que era dez, enorme, só para mim, para eu me espalhar à vontade depois de tanto tempo em albergue... Meus aposentos eram praticamente independentes da casa. Explicou como era o funcionamento de algumas coisas na casa. Bem no “jeitinho inglês”.

Mas eu viria a descobrir que Mrs G era o maior barato. Sempre tentava ficar um pouquinho conversando com ela nos raros momentos que eu ficava em casa. E ela me contava histórias super legais, além de ter sido atriz, tocava piano – dava inclusive aulas, e tinha altas histórias de viagem.

Ela tinha vários problemas decorrentes da idade, chegou a levar uns tombos na escada, mas estava sempre ativa e fez festa de aniversário enquanto eu estava lá. Ela era das minhas, apesar dos remédios, sempre tomava umas doses de uísque, tendo me oferecido várias vezes...

Um dia eu perguntei se não fazia mal por causa dos remédios e ela me respondeu: “mas eu me sinto tão bem”. Digam se eu não podia ter caído na casa certa...

Muito educada, muito política, bem inglesa, um dia, bem depois, ela, gentilmente, veio me lembrar para ter cuidado ao chegar de madrugada e fechar a porta “direitinho”. “Ai, Jesus” – pensei eu... “devo ter deixado a porta aberta num desses dias chegando chapada” (risos)...

Euzinha

6.10.04

Rumo a Kilburn

["A primavera chegou!!! É tempo de sol, flores, cores, alegria. É tempo de fazer novos amigos e consolidar os antigos. Bater papos, rir e beber muito chopp bem gelado. É tempo de comemorar a vida." Salve, salve Mercado 32!!!]


Acho que ir para o hostel City of London foi a decisão mais acertada de toda a viagem. Ali conheci gente do bem. Mas o albergue era caro e logo eu estaria indo para um lugar conhecido do Flávio, do Rio, Kilburn. Claro que peguei o contato do povo e lá fui eu.

Sabe lá onde estava meu guia de ruas de Londres e eu, com aquele peso todo, cadê que achava a rua Menelik Road, casa da “Mrs G”. Perguntei a diversas pessoas, ninguém sabia ao certo. Todo mundo dizia: “ah, esta rua é por aqui, já ouvi falar, mas não sei bem onde é”. Eu me lembrei de já ter feito isso no Rio, pensei que eu nunca mais iria fazer...

Estava muito pesada a bagagem, já cheia de coisas dos outros lugares. Larguei casaco e mochila e encostei num murinho; as casas eram todas com pequenas muretas. Olhei um garoto de bicicleta e pensei que ele devia morar por ali. Corri para falar com ele.

Ele parou, também não tinha certeza, aconselhou que eu voltasse pra estação de metrô (liberta, agora você já pode escrever underground...) e pegasse um táxi, mas eu estava cansada, sem muita propensão a fazer isso.

Acho que ele percebeu, disse que morava perto e se ofereceu para ir em casa pegar um mapa e voltar pra me encontrar e mostrar onde era. Eu acreditei e fiquei esperando. Ele voltou. Viria a ser outro grande amigo: Gabriel. Um holandês –tinha que ser- que estava morando em Londres.

Até estava procurando o papel que anotei as ruas, mas não achei. Em todo caso, eu tinha que pegar a rua de frente da estação do underground de Kilburn, entrar na Fordwich Road (primeira à esquerda), continuar subindo, virar na 3ª à direita, Minster Road, seguir em frente um pedacinho,atravessar a ponte (futuras histórias...risos...), depois virar na segunda à direita de novo, Menelik Road. E cheguei eu na casinha de porta amarela, ótima pra bêbado (já que eram todas parecidas...).

Euzinha

5.10.04

Algumas lembranças

Fui mais de uma vez ao Tate Modern, lugar “irado”. Cheio de peças e exibições super interessantes, sem contar a maravilhosa vista do Rio Tâmisa. Globe Theater, The Clink Prison Museum, navio e, é claro, ao final do dia, minha querida St Paul’s e meus copos ( obviamente não dentro da igreja, mas sim nos pubs...).

Ah, passeei várias vezes por Trafalgar Square, sem saber que o lugar ainda me reservaria a história dos meus últimos dias... Fui novamente a National Gallery. Engraçado que estes dias, no Arco do Teles – Rio, um colega me sacou um livro, uma foto maneiríssima na capa. Fiquei intrigada, “já vi isso”...

Era o quadro de Hans Holbein que eu tinha visto na NG, depois reconheci... O famoso quadro de uma caveira distorcida simbolizando imortalidade... é, imortalidade... E dá pra se perder dentro da imortalidade artística da NG....

Agora me lembrei do dia em que saímos de um Pub, perto do hostel, encontramos a Tá com o italiano – ou era espanhol?- e acabamos no Cheers. Não sem antes darmos várias voltas, entrarmos no Sports e outros lugares, inclusive um club gay que o Rique queria entrar...

Dia memorável também. Dançando, bebendo, mergulhando na vida, como sempre... Quase posso sentir de novo a sensação de “liberdade”, próximo à entrada do Cheers, ao ir embora...ai, censura, censura (...risos...).

Minha mente está uma cachoeira de lembranças hoje... Acabei de me lembrar um dia, pra lá de meia-noite,eu querendo ir encontrar alguém que tinha combinado, tinha acabado de sair de um pub, ria sozinha, estava tão mal que não conseguia olhar o mapa do metrô pra sair dali, já que eu tinha ido de carona.

Aí um inglês se penitenciou comigo, veio, perguntou para onde eu estava indo, olhou o tube map comigo e eu consegui chegar ao destino... Ode aos ingleses (risos)!!!

Euzinha

4.10.04

A Maluquinha

Um dia, sentei para olhar o meu mapa e decidir o que eu ia fazer e acabei conhecendo uma mulher, que estava sentada nos mesmos degraus que eu.

Era sul-americana, mas, como sempre, conversei em inglês, porque eu não conseguia falar espanhol direito, nem ela português. Ela me deu um mapa de Londres super legal, com as principais ruas. Depois me chamou pra andar com ela e eu fui.

Andamos muuuuuuuuuuuuuito.... Passamos por vários lugares e monumentos. E era engraçado, quem era mais enrolada... Fora que eu ainda estava (mal) acostumada com a Gabis sabendo todos os caminhos, nomes de ruas e lugares... Em Londres, eu fiquei realmente acostumada a me perder propositalmente, andar sem muito objetivos definidos...

Primeiro fomos a um lugar que não existia mais. Então resolvemos ir a Harrods. Passamos pela entrada do Hyde Park, andamos mais, pouco depois chegamos a Harrods. A loja é realmente um espetáculo. Tem até mapa, dá para acreditar nisso?

Pensei em comprar um caderno, mas era tão caro que desisti ( já viu alguém ir fazer um curso e não ter caderno? Aliás, não tinha nem caneta, nem lápis, nem borracha, tinha perdido ao longo da viagem... Depois passei a anotar as aulas na parte detrás do guia, neguinho, com certeza, super caxias, devia achar que eu era louca...????...).

Na loja, estava tocando uma música do Gilberto Gil, fiquei toda boba cantando... Oportunidade única que você entende, e os outros não... Bobo, né? Ok, ok.

Ficamos passeando pela loja e, acreditem se quiser, eu, a anti-consumista aqui, sob os pedidos da menina, tirei foto dela dentro da Harrods. Fiquei imaginando alguém tirando foto dentro das Lojas Americanas... Porque a Harrods é uma loja de departamento chique, incrementada, inclusive no preço... Mas não tenho como negar que a loja é linda, toda bem decorada, cheia de tentações de consumo. Fora a parte de comidas...

Euzinha