Duas Primaveras

Você já pensou que, enquanto o sol brilha aqui, no outro lado do mundo já é noite? Já viajou e chegou na mesma hora que você saiu? Pois é. Tudo é uma questão de referencial. E de cultura! E quando se "viaja", pode-se mudar tudo; variar de parâmetros, personagens, sem compromissos!!! Eu vivi, feliz, duas primaveras... No Brasil e na Europa... Aqui vão estas e muitas outras. E que seja assim sempre: várias primaveras de mim mesma!!!

24.6.05

Aquilo é que era um albergue de verdade...

Um dia, no albergue, juntou todo mundo no bar. Ficamos bebendo com a galera. Inclusive o Rogério, um amigo que conhecemos no café da manhã daquele dia. Nesse dia, conheci também o Emílio, um mexicano super legal que deu algumas dicas para gente e que, como todo mundo, achava que eu e o F éramos namorados... Emílio é um bom amigo até hoje.

Conheci também o Joe, um mexicano que estava de passagem pelo México, pois estava morando com um brasileiro em Los Angeles, por isso, estava aprendendo português, uma gracinha! Hilário que ele estava "pior que ave maria"... Ah, como se explica a alguém o que é “tipo assim”? Ele me zoou, dizendo que tinha entendido eu dizer “como cem” e ficou perguntando o que era “tipo assim” (...risos...) Vai explicar...

O Flávio chegou a cogitar de irmos à Zona Rosa, mas eu e F tínhamos apresentação no dia seguinte. Ficamos bebendo e ainda fomos depois para o terraço, onde conhecemos outros estrangeiros. Subindo e descendo para o terraço, conheci meu amigo norueguês, com quem mantenho contato até hoje também.

No terraço, também encontrei um brasileiro que havia conhecido no dia anterior. Tentei pedir, sofregamente, o cartão emprestado para entrar, porque tinha uma porta divisória para ir aos quartos e eu tinha deixado o meu com o F. Num portunhol safado, tentei me comunicar e ele respondeu: “Pode falar em português, sou brasileiro”. Muito engraçado...

O Joe saiu com o pessoal dele mexicano e com o Flávio, nem sei para onde foram. Ficamos no terraço bebendo, depois tiramos o “foton” com o F “agachadinho” (...risos...). Explico... Era sempre uma bagunça. Uma festa. A gente juntava muita gente e tirava foto, às vezes, pessoas que tínhamos acabado de conhecer. Isso era o “foton”.... E o F ainda teve que abaixar... Brasileiro não perdoa e lá foi a música: “agachadinho, agachadinho, agachadinho"...

Depois fomos para o quarto, chapados, arrumar a mala. Detalhe que tínhamos ido arrumar a mala antes de beber, mas o cara do casal de texanos estava dormindo, não quisemos acordar. Acabou que, quando entramos no quarto, sorrateiramente, mais tarde, embora bêbados, o texano falou que estava todo mundo acordado, para gente acender a luz (...risos...).

Posso dizer que, de todos os albergues nos quais já fiquei, este está entre os mais animados. Com amizades mais duradouras. E isto é o que vale...

18.6.05

Enfim Pirâmides...

Logo estávamos amigos dos brasileiros: Cris e Flavio. Super coincidência dos nomes. Neste dia, eles iam para Coyoacán, mas nós estávamos fissurados para ver Pirâmides, até porque havia previsões de chuva para as semanas seguintes ( e realmente choveu).

Fomos então de metrô para Teotihuacan. Engraçado que, indo de metrô, vimos vários painéis relacionados à ciência, à história, sem contar os monumentos pré-colombianos descobertos durante as escavações do metrô.

No metrô, você sente como se estivesse no Brasil, crianças entrando com cara pintada, cantando, pedindo dinheiro, sem contar o “eu podia estar roubando, mas estou aqui pedindo”, só que em espanhol ( seria cômico, se não fosse trágico).

Carregávamos sempre várias garrafas d’água. O tempo todo. A sede era infernal e a fama da água no México não era das melhores. Se for, cuide bem da água que vai beber por lá...

Em Teotihuacan, de cara, você já se deslumbra com a grandeza do lugar. Maravilhoso. Já previ que iria gastar, no mínimo, um filme ali... Eu ia lendo as placas e vendo aquela imensidão maravilhosa....

Andando, andando, todos os vendedores – que são muitos – e alguns visitantes se aproximavam e falavam português. Ficamos nos perguntando se estávamos com cara de Brasileiros.

Depois, o mistério foi resolvido... Tínhamos ido dormir muito tarde no dia anterior e não tínhamos preparado roupa para sair. De manhã, para não acordar a galera, pegamos as roupas no escuro e o resultado é que acabei indo para as pirâmides com uma blusa com a bandeira do Brasil...

Começamos o tour pelos novos templos de Quetzalcoatl. Passamos por vários lugares, cheios de energia e histórias... Depois fomos para Pirâmide do Sol. F zoando: “não dá pra negociar, não? Subimos só uma das duas, a da lua, por exemplo?”.
Ao que retruquei que não sabíamos quando iríamos voltar, queria subir as duas, mas que ele subisse comigo a do sol, depois, se fosse o caso, subiria a da lua também....

Pirâmide do sol então. Paulera, 233 degraus para chegar lá em cima. Eu realmente contei, acreditem... E nós ainda estávamos sob os efeitos de diferença de altitude. Bebendo água, água, água... Mas, quer saber, vale a visão lá de cima. Espetacular. Chegamos a deitar no chão. Um mundo de turistas. Um mundo de gente boquiaberta, acima de tudo.

Depois, Rua dos Mortos para chegar até a Pirâmide da Lua. “Joelho de Aquiles” já “chapadão”. Esta pirâmide é menor, mas já estávamos exaustos. E a visão lá de cima é ainda mais bonita. Com uma visão privilegiada da Pirâmide do Sol e de toda a região... Ainda fomos para o Museu, que é maneiríssimo. Tem um lugar com uma maquete reproduzindo todo o local. Maravilhoso.

E eu vi Pirâmide ( risos)...

Euzinha

12.6.05

Museus, museus, sempre museus....

[ Desculpem o meu sumiço de novo, mas, além de viajar, tive problemas de acesso a computador...]

Fui acordada por 2 texanos entrando no quarto; sinistro foi falar inglês aquela hora da matina, pós-bebedeira, ainda mais para explicar porque eu estava em outra cama que não era a minha. Antes que alguém comece a pensar besteiras, era só para dormir na parte de baixo do beliche...

Fábio depois me zoou porque os texanos chegaram, eu fui explicar da cama e eles sumiram. Só apareceram bem mais tarde. Foi a vez do Fábio dizer que eles tinham se assustado, como eu fiquei brincando com as francesas...

Saímos para ir ao Museu de Antropologia. Eu tinha comentado que era perto do Papalote, museu que eu conhecia da internet e era fascinada. Acabamos passando antes lá e é um espetáculo mesmo.

Entrei já brincando com os quadros, o chão musical, o isopor, os multimídias, muito maneiro. Os espelhos, os brinquedos interativos... E o "auto-bus fanstástico"? Um simulador muito show, “ver o mundo sob os olhos dos animais”.

Comemos num fast food mexicano ( muito bom, muito bom!!!). Passamos no Museu Tecnológico, mas não ficamos muito tempo e fomos para o de Antropologia. Longas caminhadas estas (....risos...).

Fascinante. Como eles tomam cuidado e preservam a cultura. Muito interessante. Peças de rituais, utensílios domésticos, prendedores de cabelo, estátuas e monumentos de adoração, um verdadeiro show! Você fica com vontade de voltar outro dia, até porque é muita coisa e no final já se está com a vista cansada de tanta informação e utensílios...

4.6.05

Fechando bares...

Os ingleses foram embora e esqueceram várias coisas. Descobrimos os nomes deles pelas passagens que esqueceram (...risos... ).

Nosso quarto tinha ficado vazio. Então, apareceram, do nada, 4 francesas. Comecei a conversar com elas, mas, ao verem meu amigo F, desistiram do quarto. Zoei muito ele. Mas, na verdade, não foi nada pessoal, elas só não deviam querer um quarto misto.

De novo com fome, claro que passamos no Mc Trash ( mais conhecido como Mc Donald’s) para experimentar as diferenças das refeições de lá (para depois poder falar...risos). Depois, no albergão, ficamos bebendo. A Cris, o Carlos e o Flávio ficaram conosco. Tudo brasileiro.

O bar fechou e eu, Carlos e Flávio ainda fomos catar outro bar. Meu amigo F contando esta história é a coisa mais hilária do mundo. Ele diz que só eu para sair tarde da noite, no Centro do México, para procurar um bar, com um “nanico” e um deficiente visual. Ele arremata a história dizendo que, se acontecesse algo, era mais fácil eu defender eles (...risos...).

F ficou então no albergue e nós 3 andamos um bocado, passamos pelo show no Centro e perguntamos a várias pessoas antes de pegarmos um táxi. Bebemos um pouco e fechamos um segundo bar. O Flávio até comeu a tal da sopa de tacos... Ele disse que era boa...

Entramos num café e pagamos o maior mico porque pedimos bebida e lá não tinha bebida alcoólica... Mas a gerente nos indicou, gentilmente, um bar. Pensamos em ir a Zona Rosa ( mal sabia eu...risos...), mas não estávamos muito arrumados e eu estava preocupada com minha voz para apresentação no congresso.

Achamos um terceiro bar com música, breguíssima por sinal, e com a maior galera do mal... Bebemos pacas e eu já estava exausta. Pedimos tequila e acredita que José Cuervo era a mais barata?! E ele tinha mais de 100 tipos de tequila... Ai, ai, ai...

Dali pegamos um táxi e fomos para o albergue de volta. Chegamos, tudo fechado e aquela bagunça para entrarmos. Aproveitei para dormir na cama de baixo, pois estávamos só eu e F no quarto.