Duas Primaveras

Você já pensou que, enquanto o sol brilha aqui, no outro lado do mundo já é noite? Já viajou e chegou na mesma hora que você saiu? Pois é. Tudo é uma questão de referencial. E de cultura! E quando se "viaja", pode-se mudar tudo; variar de parâmetros, personagens, sem compromissos!!! Eu vivi, feliz, duas primaveras... No Brasil e na Europa... Aqui vão estas e muitas outras. E que seja assim sempre: várias primaveras de mim mesma!!!

28.2.07

A chegada de Mana

Minha irmã deveria chegar por volta das nove da manhã. Eu tinha passado as semanas anteriores realmente ansiosa, porque o tempo parecia não passar. Na noite anterior, eu não dormi. Por isso, oito e pouco da manhã eu estava acordada, virada, tomada banho, pronta para ir ao aeroporto buscar Marcia. Kalo me disse que iria comigo, de carro, e mais ou menos essa hora, estávamos prontas para sair. Então meu mobile tocou várias vezes, quando eu atendia, desligavam. Comecei a ficar preocupada, achando que fosse minha irmã, mas logo percebi que eram meus pais. Lá pelas tantas, meu pai falou: ¨Daniele???¨. Como eu normalmente falava com minha irmã, eles não estavam acostumados a me ligar e não se tocaram que, obviamente, eu atenderia em inglês, então estavam desligando....

Bom, a novela é que minha irmã tinha ligado para eles, dizendo que o vôo tinha atrasado e eles tiveram que fazer uma parada extra na Nova Zelândia, para meu espanto, porque achei que essa já era uma escala normal. Eles estavam preocupados em me avisar para não sair para o aeroporto. Dispensei a carona de minha amiga Kalo e, morta de sono, fui ligar para Qantas. Quase dormi enquanto esperei os vinte minutos para ser atendida - veja que maus serviços há em todo lugar. Finalmente, at least simpática, a atendente me informou qual deveria ser o vôo e horário que minha irmã deveria chegar.

Tentei eu dormir, arrasada de cansaço, mas meu telefone não parava de tocar. Mark, Sandra, meus pais, meus amigos, todo mundo ansioso para saber da pretensa - e amplamente anunciada- chegada da minha irmã. Até engano eu tive naquele dia. Desisti de dormir, fiz um big lunch e fui direto para o aeroporto. Ainda cheguei antes dela e fiquei, quase dormindo, olhando a tela com os vôos. Estava atrasado de novo. Comprei uma coca e fiquei esperando - agora faltaria pouco. Logo chega minha irmã, com os cabelos menos vermelhos - graças- quase parecendo naturais. Magra e, surpreendentemente, com roupas casuais, proeza que até então eu pensei que nem 25 horas de vôo pudessem conseguir. Já estava enturmada, falando com mais brasileiros chegando - oh, Gosh......

Pegamos um táxi e minha irmã estava empolgadona. Ainda no táxi, minha irmã virou e falou ¨bonita essa lagoa, hein???¨, ao que eu respondi: ¨sim, o RIO BRISBANE é muito bonito¨....risos.... Em casa, foi um tal de abre mala, mostra coisa daqui, dali, dá presente de um, de outro, sei que uma semana depois eu ainda estava recebendo algumas surpresas. Só fui finalmente dormir lá pelo meio da tarde, nem fui a aula, que, felizmente, minha gorgeous and nice teacher me dispensou. Logo de cara, demos uma volta na cidade e fomos ao McDonald´s, a primeira de muitas... Mas ainda não foi dessa vez que ela experimentou o esperado big sundae de chocolate......

Nessa mesma semana, levei minha irmã para conhecer a galera do curso, mostrei as principais ruas e lojas, inclusive de departamento. Encontramos ao acaso meu amigo Nelson, no Centro, e ele nos chamou para ir jantar no restaurante onde ele estava tocando, em Indooroopilly. Uma gracinha o lugar, com uma comida gostosa e um preço não muito salgado. Nelson também adorou a visita. Depois fomos ao Cassino, na cidade, onde ficamos ouvindo a banda de lá, enquanto eu bebia minha merecida cerveja. Marcia ficou brincando que a banda parecia ter vindo de um portal, direto dos anos 70; era verdade..... Antes de voltarmos para casa, ainda encontramos Fe. O eterno vilarejo Brisbane...

Nessa semana, eu me dei conta de como meu português havia empobrecido. As vezes as palavras engasgavam para sair e cheguei a falar pérolas como cozir a batata - nem bem terminei e vi que havia algo errado- e que eu ¨não remembro¨, outra pérola reincidente minha... Marcia se deleitou em mil viagens by City Cat, que ela tanto tinha falado que estava doida para andar...

Levei a minha irmã aos principais pontos turísticos da City, como o City Hall, Anzac square, além de 500 mil igrejas.... Numa delas, estávamos descansando num banquinho da porta, porque o calor estava infernal, quando uma senhora veio nos abordar para a missa...a gente fugiu....rs...... No Museum of Brisbane, estava rolando uma exposição sobre Miss Austrália; claro que minha irmã adorou...

Eu e M também levamos Mana para Valley, ainda na sua primeira semana, onde passamos pelo ¨meu famoso Fringe Bar¨, mas acabamos mesmo no velho RG de guerra. Foi divertido porque M passou para nos pegar e eu ainda estava tomando banho, pedi para Mana abrir a porta e ouvi ela perguntando "quem é?", ao que eu retruquei do banheiro " em portuga, Doo? Ninguém vai responder"...rs

No início, no RG, estava meio vazio, mas depois ¨bombou¨. Tiramos mil fotos e eu fiz Mana sacudir o esqueleto. Dia seguinte, ainda fiz Mana rodar a cidade e ir na HHH comigo. No caminho de South, estava rolando um showzinho muito maneiro, em frente ao Cassino. Em South Bank, Mana adorou o caminho de flores, nos arcos de South, que são bem menores que os Arcos da Lapa...rs.... Eu e Mana andamos na roda gigante de lá e demos uma passada na salsa, onde, mais tarde, encontramos Sandra, mais outros amigos, dentre eles, alemães, colombianos, mexicanos e espanhóis; uma verdadeira babel.... Nesse dia, também encontramos Royce que, ao ver Mana, não parava de dizer "your sister??? Oh, my God! Oh, my God!"..... Funny.... Mas depois ele sumiu porque os pais dele também estavam em Bribbie e ele tinha se perdido deles.

Da salsa, fomos para o Valley de novo e adivinha onde fomos parar??? Fomos no Sunbar e em outros lugares, mas terminanos no RG, de novo, que nesse dia estava ainda mais lotado. 3 da manhã, ainda estava todo mundo agitado e, como Sandra queria ir para uma disco gay que nosso amigo estava, que esqueci o nome, lá fomos nós. Sei que, lá pelas tantas, Mana pediu para ir para casa, se não acabaria dormindo no churrasco do dia seguinte, que era de boas-vindas para ela.... E lá fomos nós para o merecido descanso de Mana.

23.2.07

Matando as saudades de Brisbane

Nem bem fui ver o filme Volver e lá fui eu ver também o Babel, do Alejandro González. Arrastei Sandra comigo, que, para minha surpresa, jamais tinha ouvido falar desse diretor. Realmente surpreendente para mim, visto que ela trabalha com cinema, o que me dava uma responsabilidade maior ainda levando-a ao cinema...rs.....

O filme é bem mais comercial, hollywoodiano, com a presença de um elenco estelar, incluindo o cada vez mais lindo Brad Pitt. Bem ao estilo dele, com várias histórias costuradas, o filme é bem amarradinho. Eu gostei. Está certo que não é tão bom que nem o Amores Perros, mas até porque agora não é mais novidade o estilo dele. É mais lento, em alguns momentos previsível, mas ainda assim um bom entretenimento. E para pensar - mais um pouco, em se tratando de mim-, nos estranhos caminhos e ironias da vida...

M voltou de viagem e levamos Sandra para conhecer o ¨nosso famoso¨ The Victorys. Não é que eu tomei um tropeção, de novo, saindo do City Cat, e arrebentei outra sandália??? Pior que o salto saiu e obviamente que eu não iria voltar em casa para trocar o sapato, já que tinha acabado de chegar na City. Também óbvio que as lojas já estavam fechadas naquela hora. Como o estrago foi um salto quebrado, pois tropecei e ele ficou preso no buraco entre o ferry e a plataforma de desembarque, simplesmente arranquei o outro salto e segui até o TV. Passei o início da noite preocupada do sapato arrebentar de vez, depois bebi e relaxei.....

Foi uma noite super agradável as usual. Ouvindo as bandas do TV tocar, dançando, bebendo e falando besteira. Acredita que, pela primeira vez, um cara veio me perguntar quanto eu tinha bebido??? Porque aqui na Austrália, se a crew acha que você está bêbado, pode botar você para fora e te mandar para casa. Mas eu fiquei, claro, disse que só tinha tomado dois chopps.....

Foi super legal essa noite porque encontrei por um acaso Dario, Marco e mais alguns outros amigos colombianos, incluindo Sr do Contra. Ramon ficou do lado de fora com a namorada que tinha esquecido o passaporte. Mais uma boa noite em Brisbane. E eu ainda na expectativa da chegada de maninha; nessa altura, estava na contagem regressiva.

No fim de semana seguinte, levei Sandra para conhecer um restaurante que gosto em South Bank, para ela comer pizza, que estava com desejo. O que definitivamente não era a melhor escolha, porque as pizzas daqui de Brisbane não são lá essas coisas, mas voilà......... No sábado, levei a Sandra na feirinha do Valley e em Chinatown. Ainda fomos caminhando pelo Centro, para comprar algumas coisas na Queen Street Mall. Eu e meus livros, para variar, como minha irmã viria a sacanear depois......

Nesse mesmo dia, fomos andando para Southbank, porque tínhamos um churrasco lá, de uns amigos franceses. Mark nos encontrou e ficamos o dia todo bebendo, à beira do rio Brisbane, jogando conversa fora. Encontrei alguns brasileiros que eu tinha conhecido na horse racing, a maior coindicência do ¨vilarejo Brisbane¨.

Para variar, a polícia nos mandou parar de beber fora da área do churrasco. Todo mundo fingiu que não sabia, voltou para área do churrasco para meia hora depois voltar para o gramado. Mark, um dos poucos australianos presentes, foi o primeiro.

Da série mundo animal em Brisbane, vimos sapos - que eu adoro!!!-, patos, gambás e várioooos pássaros. No doubt mais uma agradável tarde em South Bank.

18.2.07

Voltando para Brisbane

Logo depois do ano-novo, nós voltamos para Brisbane, direto. Apesar de todas as preocupações e cuidados que tínhamos tido com o carro, não escapamos de tomar uma multa num cruzamento em que viramos à direita - até hoje não sabemos o porquê, só que tinha um carro de polícia parado e ele só fez cara feia e começou a anotar num bloquinho.... Voltando para Brisbane, também fomos parados por um policial que veio perguntar se havia alguma razão para nós estarmos andando a 140 km-h... eu tive vontade de rir.... Foi ainda mais engraçado porque o R não entendia o que ele falava e eu tinha que traduzir... O policial percebeu e acabou vindo para o meu lado.

Aliás, nossas histórias com policiais foram múltiplas....Um dia também, voltando de Manly, o Sr do Contra estava dirigindo e nós fomos parados numa blitz. De novo, Danizinha traduzindo o policial, que pediu pra ele fazer o teste do bafômetro... Rezei para ele estar com a carteira em dia e para saber contar até dez, que o policial pediu...Parece ridículo mas tem gente que se enrola com número em outro idioma.....

Até que a volta foi relativamente tranquila em termos de trajeto, achamos fácil, sem muitos erros. Até para sair de Sydney, não tivemos muitos dramas para achar a ponte e pegar a estrada. Quando cheguei em casa, a Fe estava chegando também, já tinha se mudado para minha casa.

Comecei a trabalhar logo depois que voltei para Brisbane, mas já estava na expectativa da chegada da minha irmã. Ainda fui ao cinema assistir ao maravilhoso filme Volver, do Almodóvar, um espetáculo como sempre. Fomos eu, Jean and Reika. Eu nem sabia que o Almodóvar estava com um novo filme, de tão alienada que ando. Mas, ao ler o jornal de uma amiga, eu me dei conta que tanto o Almodóvar quanto o Alejandro González estavam com filmes em cartaz.

Logo que voltei para Brisbane, teve também o aniversário do Rodrigo, em que eu e Fe fizemos uma festa, preparando um verdadeiro farnel para ele. M ainda estava viajando e só voltou de Cairns um pouco depois, mais ou menos quanto voltei de Stradbroke Island.




Isso mesmo, eu viajei de novo para Straddie, uma ilha paradisíaca bem perto de Brisbane. A farra já começou no ferry, tipo uma barca. As paisagens são qualquer coisa de linda e devo dizer que foi a primeira vez em muito tempo que eu viajei e estava sol, tanto que, já que estamos em pleno verão, foi a primeira vez do ano que fiquei bronzeada, quase sunburned, de tão forte que o sol é na Austrália. As praias são cheias de pedras e rochas, onde você pode caminhar, além das dunas, um visual lindo. A vista do Pont Lookout é maravilhosa, parece que você está numa daquelas praias lindas do Brasil, todo mundo disse quando viu as fotos, e eu concordo. O calor para subir as dunas, eu nem falo para vocês... Descalço, nem pensar, de tão quente que a areia fica.

Tem também o tal do Brown Lake, com uma água escura, devido a presença dos vegetais, mas calminha, calminha. Eu lembro que, quando fui, já estava no final do dia e pensei duas vezes antes de entrar, porque estava uma ventania... Mas o visual era tão lindo que eu não resisti e valeu a pena, porque dentro d´água era quentinho. Eu e o meu grupo ficamos que nem criança, jogando vôlei dentro d´água. Foi essa viagem também que me aproximou de minha querida amiga Sandra, uma alemã muito gente boa que tem sido uma grande amiga, depois da partida de Jac boy e mais ainda que minha querida maninha se foi...


Vimos também iguanas, tartarugas enormes nadando e um sem número de pássaros, bem ao estilo birdwatching australiano. Como o grupo que viajou tinha muito brasileiro - para variar-, tiramos até foto com a bandeira do Brasil; eu, parecendo até que sou muito nacionalista... Coisas que a distância do país faz com a gente, embora eu ainda esteja bem longe de ser fanática, creio que o bom senso eu ainda não perdi...

Para fechar a viagem, na volta, fomos contemplados com um daqueles pores do sol de tirar o fôlego. Com o sol refletindo na água e fazendo verdadeiros shows de luz. Ai, ai, ai, vida boa a minha... O único problema foi ficar tostada por mais de uma semana, doendo até para dormir e, depois, descascar que nem barata. Por isso, fui comprar um protetor para mim, que o meu tinha acabado, e descobri que o mais baixo na Austrália é o de trinta, vê-se logo o porquê......

11.2.07

E 2007 chegou!

Estavamos todos numa excitacao so com a ideia de passar o ano-novo em Sydney, em frente aa Opera house. Quando estavamos passeando pela cidade, haviamos visto as preparacoes para uma grande festa vip, que, por um acaso, um amigo nosso nos chamou para ir.

Mas a gente tinha cismado que queria ver em frente aa Opera House. Fomos muito cedo e ainda perguntamos a um australiano onde seria o melhor lugar para ver. Ele nos indicou outro lugar, perto da Darling Harbour para qual obviamente nao fomos. Compramos algumas coisas para comer porque era muito cedo, tipo 3 da tarde, e fomos para area. O local estava todo fechado e tinha muita gente. Nenhuma muvuca como o australiano tinha dito. Ele devia ver o que eh muvuca no reveillon da Praia de Copacabana, no Rio.....

Foi engracado porque tinhamos comprado vinho e champanhe, mas naum se podia entrar com garrafa de vidro. Bons brasileiros que somos, escondemos a garrafa de champanhe bem escodida na mochila do nosso amigo e compramos algumas garrafas de agua que, devidamente esvaziadas, levaram nosso precioso vinho....

Ao entrarmos, embora cedo, ja tinha bastante gente. Ficamos numa "duvida cruel" se assistiamos em frente aa area vip, ou se iamos para o parque, bem ao lado, que tambem tinha uma vista privilegiada. Acabamos ficando onde era nossa ideia inicial.

O dia foi longo que so. Conversamos muito, comemos, conhecemos varias pessoas. Inclusive uma maluca - hungara- que ja tinha morado no Brasil 4 anos e se dizia brasileira de coracao... Falava portugues razoavelmente bem. Entretanto, nao fosse uns brasileiros que conheci - por incrivel que pareca- teria sido entediante. Simplesmente porque eles naum colocam uma musiquinha, nem nada, voce fica horas esperando, sentado, sem nenhuma atividade..... Zero em animacao.....

Passei o dia conversando com meus amigos, com os colombianos que conheci, mais a hungara, duas inglesas muito gente boa e uma legiao de brasileiros. Com estes, cantei Garota de Ipanema e outras musicas - nem acreditei- junto com um garoto tocando violao e uma galera aplaudindo, embora nao entendessem nada do que estavamos dizendo. Nem eu acredito nesses micos que pago...rs... Mas foi divertido.

Nem eh necessario dizer que tinha muito estrangeiro, embora houvesse australianos presentes. Na nossa frente, por exemplo, tinha um grupo de senhoras australianas que foram devidamente preparadas com um verdadeiro farnel; naum pararam de comer ate a meia-noite.....

Quando ja estava anoitecendo, la pelas nove da noite, nos ja estavamos morrendo de fome de novo. Paguei 50 dolares por uma salada de fruta.... Por que paguei? Queria alguma coisa saudavel para nao comecar o ano com gastrite, ou embebedada..... E so vi o preco - porque era a unica loja aberta- depois que ja tinha comecado a comer dentro da loja mesmo, para voces verem a fome....

Uma hora foi muito engracado porque eu estava bebendo uma das nossas " garrafas d'agua" e uma das inglesas olhou para mim, rindo, e gritou que aquilo naum era agua... Eu disse que era sim e estendi para ela beber... Ela bebeu e agradeceu mil vezes, disse que estava seca por um vinho... E ficou zoando que so podia ser ideia de brasileiro fazer isso... Povo inventivo...rs....

Nove horas sharp, fizeram a primeira queima de fogos e so ai ja valeu cada segundo de espera. Uma coisa linda, linda mesmo. Cada ano eles tem um tema e, nessa virada, o tema foi um diamante, que ficava brilhando bem no meio da Darling Harbour. Varios minutos de fogos e uma galera empolgadona, soltando exclamacoes de alegria e surpresa. Com direito a aviao e fogos por todos os lados. Na ponte, em frente ao parque e de todos os outros lados.... Um espetaculo.

Nessa altura, ja tinham varios australianos no meio de um chafariz do nosso lado. Varios tinham pulado e isso tinha sido uma atracao aa parte, porque alguns naum tinham conseguido alcancar a parte central do chafariz e se estabacaram na agua....mistura de imprudencia, excitacao e alcool...rs....

Depois, foi aguardar pela queima principal, aa meia-noite, ainda mais linda. Tao engracado pensar que meu ano-novo comecou mais cedo do que a maioria dos meus amigos brasileiros, inclusive australianos, ja que Sydney eh uma hora adiantada de Brisbane... Minha amiga Sheiloca ficou brincando que eu sou adiantada no tempo e no espaco... Maybe...rs....

Nem conto para voces a quantidade de videos que fiz da queima de fogos, alias, fiz colecao em Sydney, mais outros quinhentos mil do aquario...rs....

Bom, foi hilario, porque depois da queima de fogos, naum deu nem meia-hora e a galera ja estava saindo da area delimitada da festa... Muito engracado. Saiu todo mundo caminhando e as ruas ficaram lotadas de pessoas, procurando o que fazer. Quando nos vimos, parecia um bloco de carnaval...rs.... Nos paramos num pub que tinha a maior galera - bebada- tentando se pendurar nos postes. A policia passava e naum fazia nada, o clima era de festa total.

A gente ainda cogitou ir para a festa vip do nosso amigo, mas as ruas estavam uma festa tao grande que ficamos por ali, conversando e bebendo. Terminamos a noite - acreditem- no McDonald's porque, quando estavamos indo para casa, encontramos Sr do Contra bebado e resolvemos que era melhor ele comer algo..... Eu queria "mata-lo", antes de chegar ao hotel, tanto que acabamos largando ele no meio do caminho, ja que ele havia cismado que queria dormir no banco do praca... Deixamos ele la.....risos......

Vi o nascer do sol, antes de chegar no hotel; bom comeco de ano. Fiquei com uma frase que um amigo me disse na cabeca: "deixar para tras o que so atrasa a gente". Enfim, embora tardio, feliz ano-novo para voces! Prometo tentar correr com o blog para contar logo minhas peripecias seguintes e as aventuras de Dona Marcia na Australia, que ela esta curiosissima.....

5.2.07

Natal e a virada do ano

Combinando bem com a indecisão que ando ultimamente, eu não conseguia decidir se iria para Sydney para passar meu Natal com meus amigos, ou se iria para New Castle para passar com a família de outro amigo. Fiquei enrolando, enrolando, até que decidi ir para NC e depois ir para Sydney encontrar o pessoal e passar o ano-novo lá, já que diziam que era uma das viradas mais bonitas do mundo.

O único problema é que uma amiga da Sand me chamou para ir a um churrasco, no Mowbray, de novo, exatamente quando eu ia na loja comprar a passagem. Cheguei lá e encontrei outros amigos que estariam indo de carro 3 dias depois. Pronto, mudei de idéia de novo.... Resolvi ir com eles e passei a tarde no churrasco..... Só fomos ao Valley, para ver se a gente conseguia alugar uma van, dessas com cama e banheiro, assim não precisaríamos nos preocupar com acomodação já que ninguém tinha planejado nada, reserva de hotel então, nem pensar.....

Infelizmente não encontramos nenhuma loja aberta e deixamos para voltar no dia que iríamos viajar, porque as lojas já estariam abertas. Combinamos também de passar juntos, sabe Deus onde..... Como o Jean e o Leo tinham acabado ficando em Brisbane, para resolver outros problemas pessoais deles, eles acabaram nos encontrando no Mowbray e dali fomos todos para minha casa, depois de comprarmos mais vinho. Jean preparou um maravilhoso risoto tailandês e ficamos bebericando e conversando, enquanto o louco do Julian, meu amigo colombiano, roncava chapado no sofá da minha casa.

Dia de Natal, 24, eu estava exausta. Depois que Julian ressurgiu das cinzas e foi embora, Jean me ligou, insistindo para eu ir no churrasco australiano na casa dele e lá foi Danizinha para um programa bem australiano bem no Natal....Passamos a tarde no churrasco e eu saí com o intuito de ir para a festa de uma amiga em Spring Hill, mas os meninos demoraram tanto que eu acabei indo jantar direto com eles no Valley. Foi super legal, mas nada teve de Natal.... Quando deu a meia-noite, eu estava dançando ¨everybody dance now¨ numa disco em Valley que, por sinal, estava lotada.... Nem bebemos os vinhos que tínhamos porque não a disco não era do tipo BYO ( bring your own).

Dia seguinte, eu estava cansadona, de novo.... Liguei para minha família e passei o dia em casa, descansando e arrumando a mala. Engraçado que os australianos mesmo comemoram no dia 25, não fazem nada na virada, muito engraçado..... Nem vi a Fe e o Rodrigo, tampouco sabia que eles estariam se mudando para minha casa logo depois do Natal.

Depois, mala quase pronta, foi o parto para arrumar o carro, bem diferente da viagem para Byron com Jac Boy. Rodamos vários lugares e o pior que estava chovendo horrores... Vimos vários sites na internet e ligamos para mais uma dúzia de lojas de aluguel de carros. A van, que teria facilitado nossa vida em Sydney, não foi possível. Por fim, conseguimos um carro na Abel, por um preço razoável. Eles foram buscar a gente na universidade, nosso ponto de encontro, e lá fomos nós, rumo a Sydney. Antes ainda fomos no cinema, em South Bank, para assistir ao engraçadíssimo filme Night in the museum e comer alguns kebabs.

Ainda tivemos que passar na casa do Julian, porque ele não tinha levado a mala, porque estava muito pesada....Mas era caminho e logo passamos por lugares lindos da estrada. Claro que, para variar, nós nos perdemos antes no caminho. Ao contrário de mim e do Jac, Ramon, meu amigo espanhol, tinha comprado um mapa, o que certamente facilitou nossa vida com os 1000 quilômetros que teríamos pela frente.......

Pelo caminho, vimos alguns dingos e kangaroos. Engraçado porque é o tipo de situação que você não imagina... Estar, um dia, viajando de carro e ver um kangaroo pulando bem ao seu lado, na margem da estrada.

Infelizmente também vimos alguns kangaroos atropelados. Ainda no início da viagem, nós nos perdemos, claro...Mesmo com mapa, não deu jeito, porque a sinalização não é lá essas coisas...

O primeiro lugar que paramos foi Evans Head, muito bonito, uma gracinha, cheio de pontezinhas e de decorações de Natal. Logo depois, paramos em Ulmarra, para ver o pôr-do-sol. Um dos mais lindos que eu já vi em toda a minha vida. O céu parecia um borrão vermelho, mais o rio, com os peixes pulando e os pássaros sobrevoando. Um verdadeiro paraíso.

Na verdade, Ulmarra é um povoado aborígine. No deck onde paramos, havia várias pessoas com o mesmo propósito que nós, ir para Sydney, parando no caminho e, naquele momento, ver o maravilhoso sunset. Lembro que o lugar tinha umas poucas ruas e estava tudo fechado já, naquela hora. Ficamos bricando que parecia uma cidade fantasma. As únicas pessoas que vimos foram no tal deck e no pub, o único lugar que estava aberto, although empty.

Ainda seguimos mais e paramos numa cidadezinha, antes de Coffs Harbour, onde começamos a procurar um lugar para passar a noite. Pode onde passávamos, encontrávamos tudo fechado. Encontramos um acampamento e fomos perguntar, porque tinha a maior galera lá. Por via das dúvidas, já que não tínhamos reservado nada em Sydney, nem em lugar nenhum, nós levamos uma barraca, apenas uma para nós todos.... Pois então perguntamos no tal acampamento e o grupo era da igreja... Foi engraçado porque eu e Julian olhamos um para cara do outro, pensando que não ia rolar...

Nada contra religião, por favor, não me entendam mal, mas não estávamos exatamente buscando passar uma noite fazendo jogos e entoando cânticos religiosos.... Eles até falaram para gente ir pedir autorização no posto policial, que era bem ao lado, para ficar lá. Nós falamos com os policiais, eles também sugeriram que ficássemos lá, mas nos deram um endereço de outro camping, que estava fechado, tudo apagado, estranhíssimo....

Mortos de fome que estávamos, nós felizmente achamos uma pizzaria e então rumamos para Coffs Harbour. Incrivelmente, todos os hotéis tinham escrito ¨no vacancies¨.... Ainda paramos em alguns para perguntar, procuramos outro acampamento, tudo lotado..... Já estávamos começando a ficar bolados porque era quase onze e pouco da noite, porque ali eles já tinham uma hora de diferença de Brisbane, o tal daylight saving, nosso horário de verão no Brasil.

Foi então que, do nada, eu vi escrito backpacker. Paramos e fomos perguntar. Estava lotado mas o cara nos indicou outro backpacker e bingo, lá eles tinham quarto. O lugar era super agradável, com um pub no primeiro andar. Eu fiquei conversando com o gerente porque, naquela hora, a recepção já estava fechada. Ele me falou que só tinha dois quartos para gente, um com duas camas de casal e outra com camas separadas mas num quarto com outras 4 pessoas. Claro que preferi o quarto onde a gente podia ficar sozinho. Não é que quando os meninos viram a cama, ficaram passados... Não queriam de jeito nenhum dormir na mesma cama e lá fui eu, morta de vergonha, pedir pro gerente para mudar de quarto, porque os meninos não falavam inglês direito... Cada coisa que a gente passa na vida...rs.....

Foi bom porque eu só tomei banho e fui para o pub, no próprio hostel, onde fiquei até sabe lá que horas, bebendo e dançando. No outro dia, para levantar, foi um parto. Não sei quem estava mais sonolento. Fomos tomar café-da-manhã num café super agradável que tinha, numa avenida que parece Miami.... Eu e Ramon fomos em várias lojinhas, para conhecer um pouco Coffs. Aliás, uma coisa a dizer de Coffs... É impressionante o número de sebos, Ramon penou para me arrancar dali.... E todos com livros bons e baratos. Também fomos para uma loja de camping para comprar outra barraca porque, nessa altura, já não tínhamos esperança de encontrar hotel em Sydney. Foi engraçado porque o prêmio de loterias deles, tipo megasena, estava acumulado. Aí a gente comprou e ficou brincando que não iríamos mais voltar de Sydney, milionários que ficaríamos...rs....

Dali, voltamos para estrada e rumamos para Port Macquarie, uma cidadezinha super agradável, com uma praia maravilhosa. Tinha que ver, uma gracinha! O mar estava azul, calmo e lindo. Sem contar os caminhos de pedras e os desenhos com grafite. Muito legal mesmo. O terrível nessa cidade é a sinalização para variar, nós nos perdemos várias vezes.... Foi praticamente o único dia de sol em toda a viagem.

Depois de uma maravilhosa refeição, seguimos para Sydney. Claro que nos perdemos de novo, próximo a New Castle. Até cogitamos a idéia de ficar por lá, mas Julian estava atormentando para chegarmos logo em Sydney, então lá fomos nós.... E eu nem conto para vocês a loucura que foi... Rodamos mais de 3 horas de carro, nenhum acampamento aberto, porque já era tarde da noite..... Fomos para lá e para cá e Sydney não é um ¨vilarejo¨ que nem Brisbane, é grande de danar.... Cada pessoa que perguntávamos sobre hotel e camping dava risada, incrédula que fossemos achar algo. Mas todo mundo informava, ajudava. Paramos em mil lugares para eu pedir informação, no posto de gasolina, no Hungry Jack´s etc.

Mais de uma pessoa nos disse para dormirmos no carro e arriscar levar a multa (150 dólares...). Acabamos indo parar, pela primeira vez, na praia de Mainly, uma gracinha de porto e de cidade. Lá, jantamos, porque já era tarde da noite e bebemos para relaxar um pouco. Depois, também fomos para vários backpackers e hotéis. Tudo lotado. O único que encontramos era 400 bucks a diária; facada, facada, nem cogitamos ficar....

Sei que resolvemos dar mais uma volta de carro, estávamos cogitando a idéia de voltar para New Castle, já era para lá de duas da matina, quando eu vi um hotel numa ruazinha perpendicular a rua que estávamos passando; Travelodge. Paramos lá e, incrédulos, descobrimos que eles tinham um quarto vago, menos de um terço do preço... Julian não quis pagar, mas a gente estava tão cansado, tão louco por um banho, que ficamos assim mesmo. Bem melhor que os albergues, claro... Televisão, quarto próprio, microondas....

Dia seguinte, a gente até queria ficar lá mesmo, mas Sr do Contra ainda nos fez rodar de carro mais 3 horas para se convencer de que não havia, nem camping, nem outro hotel vago. Finalmente resolvemos ficar, só que não tinha mais quarto, porque tínhamos feito o check out às 9 da matina... Sei que conversa vai, conversa vem, até falei com uma mulher do Travelodge de outra filial ( engraçado que ela ouviu minha conversa em espanhol com os meninos, enquanto traduzia as coisas para eles, e perguntou se era espanhol. Eu falei que sim e ela falou que pena, porque ela era portuguesa e falava português, mesmo estando vivendo na Austrália há mais de quinze anos... Eu falei que era brasileira e ela podia falar português... Só estava falando com eles em espanhol porque eles só falavam isso, não compreendiam português....).

Enfim, o gerente do hotel falou que ia arrumar um quarto para gente e a gente, na confiança, deixou a mala no carro e saiu para conhecer alguns lugares. Já de cara, ficamos encantados com a Darling Harbour, 525 mil fotos...rs..... Quando avistamos a Opera House então, nem se fala...rs..... Foi engraçado porque decidimos ir para cidade de carro e foi a maior novela para estacionar. Porque o lugar onde poderíamos pagar o dia inteiro, num prédio, era os olhos da cara. Na rua, a gente tinha que comprar o ticket e renovar a cada duas horas; um porre.

Bom, em Sydney, a gente caminhou horrores.... Andamos todo o caminho do porto, conhecemos várias lojinhas e prédios. Fomos na Opera House, que é imensa, linda, com uma vista divina de Sydney. A gente parecia criança, tirando foto de tudo, até do táxi aquático, um barato.... Almoçamos mais de uma vez nos restaurantezinhos do porto, com a vista do rio, muito massa. E o aquário de Sydney??? Eu parecia criança na parte que você vê os tubarões no teto. Eu fiquei de um lado para o outro....rs... Tirei mil fotos e fiz mil vídeos....rs..... Fora o tamanho dos bichos; lulas, lagostas, peixes gigantes....

Outra coisa muito legal é o VLT que corta a cidade. Em alguns pontos, passa por dentro dos prédios, o máximo. Seria uma ótima solução para o trasporte do Rio, porque em alguns pontos deixaria de ser VLT para ser subterrâneo. Os prédios são muito bonitos, alguns gigantescos, do tipo que não se vê em Brisbane.... A vista da torre de Sydney dá uma idéia de quão grande a cidade é. A gente ficou embasbacado lá. Tem também uma simulação virtual around Austrália, um barato!

A gente gostou tanto de Mainly que voltamos lá algumas vezes, inclusive para beber e relaxar à noite. Fora os kebabs deliciosos que eram vendidos lá. Também havíamos visto um restaurante brasileiro, no primeiro dia, e eu voltei lá para comer coxinha de galinha e beber guaraná antarctica, um barato. Fazia milênios que eu não comia coxinha de galinha, ai, ai.... Fizemos passeios de barco para ver a vista de Sydney - linda- do rio, com os principais pontos turísticos. Posso dizer que tenho um verdadeiro book da Opera House...rs....

Caminhamos pelo Centro e fomos na galeria de arte, nas igrejas, no jardim botânico, várias fotos, shoppings ( estavam inclusive montando as tendas para festa do ano-novo). Aliás, foi engraçado porque, na igreja, eu estava pensando, em espanhol, e me dei conta que a palavra Adios, é como ao desejo de Deus. Pensei em português e era o mesmo. Adeus (A Deus)..... Que coisa curiosa, nunca tinha pensado que quando a gente se despede, fala 'A Deus', talvez porque o próximo encontro seja indefinido, a Deus..... coisa bem própria para se pensar numa igreja....rs.......

Além das praias próximas a Mainly, também fomos a Bondi, que tinham me dito que era uma das praias mais bonitas de Sydney. Pena que o tempo estava horrível... Comi frutos do mar à beira da praia e fui numa feirinha maravilhosa que, aliás, também tinha vários second-hand books.

Ah, my friends, é claro, o ano-novo.... Nessa altura, a gente já tinha encontrado a Vivian e o outro colombiano. Infelizmente nem pude ver meus três outros amigos australianos que estavam em Sydney. A gente ficou numa indecisão danada de onde passar, porque haviam nos dado algumas excelentes opções. Bom, mas isso vai ficar para outro post, porque, mesmo tentando resumir, esse já está imenso....

1.2.07

Ola.....

Vou proferir uma frase que certamente voces ja ouviram...isso nunca me aconteceu antes...mas eu naum tenho nenhum post para colocar aqui....estou atrasada, ainda nem escrevi sobre o Natal e ano-novo... Sydney e outros lugares...... Stradbroke island, Gold e agora, Melbourne, onde estou curtindo a vida com minha querida hermana. Isso eh parte do problema; todo o tempo livre tenho estado com ela e naum tenho tido tempo de escrever. Mas prometo narrar, brevemente, as "aventuras" de minha irma na Australia e minhas peripecias com ela. Agora, por exemplo, voltei borracha borracha de um pub....devo ir a outro agora, bem em frente a mim, e amanha, passeiozinho....eh, vida boa......

See ya soon, my mates!!!