Duas Primaveras

Você já pensou que, enquanto o sol brilha aqui, no outro lado do mundo já é noite? Já viajou e chegou na mesma hora que você saiu? Pois é. Tudo é uma questão de referencial. E de cultura! E quando se "viaja", pode-se mudar tudo; variar de parâmetros, personagens, sem compromissos!!! Eu vivi, feliz, duas primaveras... No Brasil e na Europa... Aqui vão estas e muitas outras. E que seja assim sempre: várias primaveras de mim mesma!!!

14.3.05

“ 'Cosquinha' na alma”

Dia seguinte, minha amiga inventa um passeio com a criançada. Para expurgar os pecados, como costumo brincar; na verdade, amo as crianças...

Ponta Grossa tem vários parques. Fomos em um parque lindo, um riozinho, pedras, ponte, bem bucólico. Fui na água. Uma paz, paisagem linda. Lugar para fazer churrasco, bom para passar a tarde. Música alta não pode para preservar a paz no lugar. Muito legal mesmo, só faltou mesmo o bebedouro, porque o sol estava realmente 'colaborando'...

Logo estamos eu, minha amiga e mais sete crianças no shopping. Uma ida à papelaria vira um “evento”... A loja de brinquedos então... O shopping se transforma num verdadeiro parque de diversões...

Calculadoras mentais e juvenis agitadas com dinheiro para entrada, pipoca, lanche etc. E um momento emblemático na praça de alimentação. Está na hora do filme, Garfield, e o pastel, quentinho, ainda está na mesa.

“Temos de ir, temos de ir”. “Não vai dar tempo de comer, tia, está quente”. “Por que não embala e coloca na bolsa???”, pergunto eu. Minha amiga me cutuca por debaixo da mesa, com o olhar de “olha o exemplo”. Enquanto a criança geminiana já vai colocando na bolsa, a criança capricorniana decide: “come aqui porque não pode entrar com comida no cinema”. Eu (calada) e minha amiga rimos.

E lá fomos nós para o cinema. Juntam-se alguns primos e a geminiana diz, incluindo a todos sem preconceitos: “ih, a família vai ocupar a fileira inteira”.

Voltando para casa, depois da jornada, a geminiana pede: “Tia, a gente pode fazer ‘cosquinha’ no estômago?”. “O que é isso?”, pergunta minha amiga. “Ah, tia, tem uma ladeirona ali, dá pra você descer por aquela rua para fazer aquele friozinho na barriga??”. E lá fomos, repetidamente, fazer ‘cosquinha’ no estômago e na nossa alma, já devidamente livre do “ser adulto”.

Euzinha