Duas Primaveras

Você já pensou que, enquanto o sol brilha aqui, no outro lado do mundo já é noite? Já viajou e chegou na mesma hora que você saiu? Pois é. Tudo é uma questão de referencial. E de cultura! E quando se "viaja", pode-se mudar tudo; variar de parâmetros, personagens, sem compromissos!!! Eu vivi, feliz, duas primaveras... No Brasil e na Europa... Aqui vão estas e muitas outras. E que seja assim sempre: várias primaveras de mim mesma!!!

1.12.04

Dualismo na vida – Parte II

Fiquei checando mails, esperando por ele. Ele demorou, demorou tanto, que eu resolvi ligar para ele. Quando falei com o Rique, putis, fico arrepiada até hoje... Tive um dos grandes baques da viagem.

Ele tinha recebido uma ligação da mãe, dizendo que o pai tinha sido internado, estava em coma e era grave. Portanto, ele tinha ido ao aeroporto, comprado passagem de volta e estava vindo ao hostel arrumar a mala para ir embora. Nossa, meu mundo caiu.

Sabe aquele eterno ciclo de vida? De um lado, uma grávida feliz, ostentando a beleza do nascimento, do amor, de uma nova vida. E, do outro lado, o sofrimento com a perda, com a doença, a vida que se esvai repentinamente...

Eu fiquei me sentindo tão mal porque, até então, estava numa felicidade só. Daquelas que você agradece porque anda, porque fala, pela profissão que escolheu, pelas pessoas que estão a sua volta, pelos amigos que tem; enfim, por existir e ter a própria vida...

E o Rique, alegre, feliz, amigo, parceiro, cheio de planos... estava ali agora arrumando as malas, amargando preocupação e tristeza e voltando sozinho, sem o nosso alento... Ele ainda falou pra eu ir ao show da BBC, que show, que show...meu grande amigo estava indo embora...

Eu, Ta, J, Sa e todos que ali se encontravam; nós ficamos estupefatos. Rique foi arrumar as malas, ajudamos ele com algumas coisas e fomos lanchar qualquer coisa no nosso pub velho de guerra.

Depois pegamos um táxi e fomos com ele ao aeroporto. Fomos brincando, no táxi, lembrando das músicas, das farras, tirando foto...

Ele fez o check-in das malas, despediu-se, pegou números de todo mundo e entrou. Ainda ficamos sentados um pouco, prostrados. De lá de dentro, ele ainda ligou pro celular da Ta. Eu eu chorei. Chorei pela quinta vez. Chorei triste, chorei, doloroso. Sofrido.

Foi um choque total. A realidade. Que o mundo não é só festa. Que as coisas ruins existem. Que o ciclo se fecha. Que se morre, que se vai, que se volta, depende sempre do referencial... Que referencial?????

Meu amigo estava voltando, indo ver o pai no hospital e, nós, nós nem estaríamos lá pra dar o abraço da força, do companheirismo, a referência do conviver, da confiança, da amizade.... enfim....

Euzinha

1 Comments:

Blogger Leila Silva said...

Dani,
Puxa! Isso 'e um baque mesmo...Um evento ja triste, que isso ocorra durante uma viagem e' mais triste ainda. Posso imaginar a cabeca do coitado durante todo o trajeto de volta. Sempre tive medo desse tipo de coisas, das noticias ruins quando a gente esta longe.

8:51 PM  

O q vc me conta?

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