Duas Primaveras

Você já pensou que, enquanto o sol brilha aqui, no outro lado do mundo já é noite? Já viajou e chegou na mesma hora que você saiu? Pois é. Tudo é uma questão de referencial. E de cultura! E quando se "viaja", pode-se mudar tudo; variar de parâmetros, personagens, sem compromissos!!! Eu vivi, feliz, duas primaveras... No Brasil e na Europa... Aqui vão estas e muitas outras. E que seja assim sempre: várias primaveras de mim mesma!!!

26.11.04

Reflexões

Todo mundo sempre soube que eu era louca por Londres, principalmente meus amigos dos velhos tempos. Foi engraçado finalmente estar lá. Aquela jornada do primeiro dia foi bem emblemática.

Eu, que há anos pensava em Londres, estava viajando sozinha novamente. Lá. Justo lá. E viajar sozinho é uma estrada para o auto-conhecimento. As coisas que você deixou para trás, o que você quer, o que você não quer, o que você não quer querer, o que você não pode ter, anyway...

Enquanto eu viajava, o mundo continuava, onde quer que eu estivesse, os problemas não desapareciam. A lua brilhava, os rios corriam, enquanto a novidade pulsava nas veias como o sangue...

Se eu parar para pensar, é um injusto círculo vicioso. Já li que democracia é dar a mesma condição de partida, mas somos eternos “colonizados”. De cara, a moeda vale cinco vezes menos... Não há como comparar a educação. E cultura, cultura, cultura?

Ouvi uma mãe, em Paris, interpelar o filho sobre as aulas dele de arte e cultura. Loucura total. A história nos pesa como sombra de explorações e injustiças. De qualquer forma, isso nos fez um povo guerreiro, “mestiço”. Alegre, onde quer que eu tenha encontrado por lá. Eu fui até a Europa, outro continente, outros países, para dar ainda mais valor ao “jeitinho brasileiro”, ao afeto que se sabe dirigir ao próximo, felicidade, felicidade.

A Europa é um sonho. De arte. De história. De cultura. Cada esquina respira o novo... Ecléticos lugares. Todos únicos. Não dá para comparar... Quisera eu que nosso povo sofrido, e ainda assim feliz, tivesse tantas oportunidades...

O engraçado de tudo isso é você ter certezas quando não as busca... se encontrar bem longe do que não se procurava...

Esses turbilhões da Europa atravessaram meus eus. Somos agora muitas mais. Mais complexas? Mais fáceis? Sempre sorrindo de qualquer maneira...

Pude, muitas vezes, quase ouvir o pensamento dos meus amigos: “que diabos se passa com essa (s) criatura (s)?”. Eu estava bem, amigos. Realmente bem. Recebi até o que não pedi, não cobrei e nem precisava...

Há muitas formas de amar neste mundo, cada segundo é uma delas... Vivam, então! E, a despeito de qualquer injustiça, histórica ou não, amem e aceitem o hoje, o próximo, como eles são.

E a vida vai sempre trazer surpresas incandescentes como pensamentos que tanto flutuaram...

Euzinha

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

É... Acho que a principal experiência de viajar é essa do auto-conhecimento. Até porque, o resto você bem ou mal ainda pode ver em livros e outras fontes... Mas a sua impressão pessoal, as experiências vividas e o aprendizado que se tira delas... Putz, só indo mesmo! Foi onde eu conheci os meus limites. Limites da fé, da cara-de-pau, da esperança, da paciência, da tolerância, da garra, etc etc etc....
Beijos, Jane

10:20 AM  

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