Duas Primaveras

Você já pensou que, enquanto o sol brilha aqui, no outro lado do mundo já é noite? Já viajou e chegou na mesma hora que você saiu? Pois é. Tudo é uma questão de referencial. E de cultura! E quando se "viaja", pode-se mudar tudo; variar de parâmetros, personagens, sem compromissos!!! Eu vivi, feliz, duas primaveras... No Brasil e na Europa... Aqui vão estas e muitas outras. E que seja assim sempre: várias primaveras de mim mesma!!!

18.11.04

Body failure

Quase me esqueci do “body failure”... Chamei assim, brincando, o dia seguinte de uma grande noite de esbórnia, que pontuou a louca semana que a havia antecedido...

Cheguei em casa de manhã, meus companheiros de residência saindo, para uma viagem, creio eu.

Entrei, sem graça, e fui direto pro quarto. "Chapei", literalmente. Tinha colocado o relógio para despertar para ir fazer não sei o quê, com não sei quem, mas nem ouvi...

Acordei quase cinco da tarde, sentindo-me o ser mais arrasado do planeta. Mrs G tinha adentrado o quarto, achando que eu não estava. Falou que não tinha me visto, achou que eu não tivesse voltado, pois eu nunca estava em casa, principalmente naquela hora...

Aí, acordei mesmo. Estava sentindo um frio do cão; febre de 41. Garganta travada, tudo inchado... Com muito esforço, sabia que tinha que comer algo, botei um monte de roupa e fui “me arrastando” para a casa de Mrs G. Eu sabia que aquilo era o resultado de muitas, mas muuuitas esbórnias...

Mrs G perguntou se eu estava bem, expliquei e nem saí de casa. Ela fez comidinha especial pra mim, cortou fruta, deu remédio, bolsa de água quente e o escambau... E ainda ficou dizendo que aquilo era uma conseqüência, no meu corpo, da mudança de clima; um resfriado... Boa senhora... Aliás, esta também foi a alegação que dei, para minha mãe, pelo telefone, justificando a ausência de voz...

Mrs G me mimou bastante, porque sou uma verdadeira criança dengosa quando caio doente... Este foi o único dia em toda a viagem que nem saí de casa, nem bebi. Curioso, não?

Ela era um amor mesmo. Tenho certeza que ela teria mil outras histórias interessantes pra me contar, parece uma personagem histórica, carregada de significados e memoráveis lembranças.

Quando eu estava lá, ela vez aniversário e, mesmo doente, fez festa. Foi engraçado porque eu estava saindo e dei de cara com o filho dela entrando. Só que eu nunca o tinha visto, ele foi entrando quando eu saí, sem falar nada.

Supus que fosse o filho dela, mas juro que saí meio “bolada”, afinal, ele não falou nada além de boa noite e foi entrando... Minha mentalidade brasileira só se fez tranquila no dia seguinte, ao ver que estava tudo bem e comentar o fato com a Mrs G...

E graças a Mrs G, logo eu estaria bem, pronta para voltar à esbórnia...

Euzinha