Duas Primaveras

Você já pensou que, enquanto o sol brilha aqui, no outro lado do mundo já é noite? Já viajou e chegou na mesma hora que você saiu? Pois é. Tudo é uma questão de referencial. E de cultura! E quando se "viaja", pode-se mudar tudo; variar de parâmetros, personagens, sem compromissos!!! Eu vivi, feliz, duas primaveras... No Brasil e na Europa... Aqui vão estas e muitas outras. E que seja assim sempre: várias primaveras de mim mesma!!!

3.12.04

Correspondência com o passado/futuro

Estes dias estava lembrando quando tentava entender o holandês: loucura total... Demorei um tempão pra entender que o que falavam no tram significava parada (risos...).

No albergue de Paris, enquanto bebia no bar, ou escrevia e-mails, havia uma garota que tocava piano divinamente. Lembro de ficar deslumbrada! Música, música, para os ouvidos e para alma...

Não importa o quanto eu escreva, sempre lembro mais alguma coisa. Eu penava com os teclados; acento virou raridade nos meus e-mails...

Dava até preguiça de escrever, o teclado era muito louco, diferente do que eu costumo utilizar e eu ficava tensa “catando milho”...

No dia em que iria embora de Amsterdam - da primeira vez, eu estava doidona. Mandei um mail pra Alucynate, falando que eu não sabia como ia arrumar a mala e viajar (risos...). Ainda escrevi que estava me sentindo pesada, usando luvas, casaco, cachecol, até gorro...

Eu escrevendo que as pessoas andavam ao contrário, em Londres, até a pé... Lembro até do dia em que não fiz “nada” em Paris (risos...)!!!

Aliás, os e-mails são um caso à parte. Muitas mensagens legais dos amigos: uma verdadeira referência de mim mesma ( ou de “nós mesmas”...). Quando se está longe, mesmo que propositalmente se perdendo, os amigos te lembram do amor, das raízes, da sua outra essência...

Avisos carinhosos como “cuidado com o fígado, para não acabar conhecendo como ninguém a qualidade do soro aplicado nos bebuns de Londres”.

Ou meus amigos me pedindo para ter juízo, ou agradecendo, aliviados, sabendo que eu tinha sobrevivido a Amsterdam; até em Londres eu consegui... Por assim dizer...

Ou da minha amiga inglesa reclamando ( mediante meu comentário – deslumbrada), que o River Thames era cinza e sujo... Imagina, é lindo!!!! Tudo na vida é o olhar que você lança...

Lembrei até da Sheiloca dizendo que tinha até sentido um arrepio, quando escrevi que, depois do primeiro dia, as coisas só “pioraram”, no bom sentido, ótimo sentido...

Sheiloca também comentando meu mail “matrix”, em inglês. Segundo ela, Danizinha com “cara londrina”. E-mail matrix que, somado a um outro mail, no qual eu estava bêbada - indo para um club depois do pub velho de guerra, tinha deixado ela preocupada, que acabou perguntando se eu já sabia como era engov em inglês...

Bom, no meu único momento de passar mal, meu “ato simbólico na relação entre culturas”, não tomei remédio algum... Meu remédio era a vida, o novo, a alegria de estar viva!!! E, para isso, amigos, não é preciso, efetivamente, viajar...

Meu amigo Fabito tem razão. O que tem de melhor neste mundo são os “micos” que pagamos e as "canas" que bebemos. E as memórias, os amigos, os lugares, as culturas, diferentes palavras... Fora o sexo, como ele mesmo disse (e o amor, claro!!!).

Lembro que me perguntaram o que era pior: a chuva ou o frio. Nada é ruim quando você está com o coração e a mente abertos...

E é exatamente isso que eu desejo para minha vida, para o mundo e para as pessoas que amo. Que estejam sempre de peito e mente abertos. Para a novidade, para o aprendizado, para ver o mundo sob a ótica de outra pessoa. E se surpreender em primaveras diferentes, seja num outro continente, seja em você mesmo, seja na sua antiga/nova vida. Mas, sempre, sempre, com disposição para mudar de idéia, de vida, de opções. Isso, sem dúvida, é o melhor da vida!!!

Euzinha

1 Comments:

Blogger Leila Silva said...

Dear, tentar entender o holandes (ou neerlandes) e' sim uma loucura total, faz mal para a saude...Eu tentei muito, veja em que estado estou.
Beijos

4:46 AM  

O q vc me conta?

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