Duas Primaveras

Você já pensou que, enquanto o sol brilha aqui, no outro lado do mundo já é noite? Já viajou e chegou na mesma hora que você saiu? Pois é. Tudo é uma questão de referencial. E de cultura! E quando se "viaja", pode-se mudar tudo; variar de parâmetros, personagens, sem compromissos!!! Eu vivi, feliz, duas primaveras... No Brasil e na Europa... Aqui vão estas e muitas outras. E que seja assim sempre: várias primaveras de mim mesma!!!

5.9.04

As pessoas

No geral, o pessoal mais legal que conheci lá era mesmo de Amsterdam. Fora as quatro meninas alemãs que passaram pelo meu quarto, super legais. Elas, ao voltarem, estavam reclamando que teriam que dirigir 12 horas até o país delas. Disse que, no Brasil, você podia dirigir quase 40 horas e ainda estar dentro do Brasil; elas ficaram chocadas...

Ah, claro, teve também o povo australiano. Muito legais: "M" e "P". Esta foi a noite, ainda no início da viagem, que eu desisti de sair. Isso toda encasacada. Mas estava um frio insuportável, eu não estava acostumada ainda.

Quando abri a porta, aquele vento, aquela chuva, desisti na hora. Fiquei no bar bebendo e conheci os meninos. Hilário que a gente ficou esperando o tempo melhorar e começou a tocar uma música do Phil Collins em que ele fala sobre a chuva...nunca vou esquecer disso... Aliás, acabei de me lembrar que era o aniversário de um dos meninos, com direito a comemoração posterior e tudo...

E as francesas chatopildas que achavam que eu não entendia o que elas falavam?! Isso até merece explicação: elas ficavam reclamando de tudo e todos o tempo todo em francês, falando mal mesmo! Quando tinham que falar com a gente, obviamente falavam em inglês. E eu já tinha "ignorado" o espanto quando eu falei inglês com elas na boa...

Deixei elas falarem o que queriam entre elas (sempre em francês), ignorando nossa presença no quarto (existiam mais três no quarto). No dia que elas foram embora, eu me despedi em francês na boa. Quando elas ficaram todas atordoadas com aquela cara de “você, latina, consegue falar francês”, eu respondi que o suficiente pra compreender...

Foi impagável esta cena... Até hoje rio lembrando da cara de espanto delas, meio sem graça... Tinha uma inglesa do lado, ela a m o u ! Que fique bem claro que não tenho nenhum problema com os franceses, apenas com “pré-conceitos”...

Tinha uma sala de fumo do Vondel, ponto de encontro e de novas amizades. Conheci pessoas de vários lugares ali. E o cara da Escócia que eu não entendia uma palavra do que ele falava???!!!

O bebê que eu conheci no tram!!! Não parava de rir e sacudir naquela parte móvel do bonde. Uma gracinha ( o pai também, um caso à parte...)! Percepções locais que, muitas vezes, não temos na euforia de uma viagem, ou na "droga" do cotidiano...

No meu quarto, teve um senhora inglesa que roncava loucamente. Mas ela era muido educada, um amor de pessoa. Lembro que eu costumava chegar tarde, a mulher já estava "no décimo sono", como se diz, e eu ficava rindo, sozinha, chapada, com aquela "sinfonia"...

Teve também uma menina americana com quem tive uma longa conversa. Ela estava chateada por estar sendo hostilizada por causa da sua nacionalidade. Bom para lembrar que sempre, mas sempre, existe o outro lado da história...

A menina da recepção do hostel, que tinha altas aventuras no Brasil... E o casal maluco-beleza? Depois dos dias na casa deles, sempre os encontrei, casualmente ou não, recebendo dicas maravilhosas...

Engraçado que todo mundo fala dos alemães e as meninas eram dez. As francesas eram muito mais estranhas. Eu achava engraçado quando chegava pra tomar banho e sair e estava todo mundo dormindo no quarto, porque tive oportunidade de conhecer diversos companheiros de quarto, em Amsterdam mesmo. Ao contrário de mim, que saía, esse pessoal estava sempre dormindo (mas não se enganem! Também existem os que não dormem...risos...).

Eu me perguntei várias vezes se era porque era mais fácil para eles, estavam tão perto de casa, né? Mas quando eu viajo perto do Brasil ou do Rio, eu estou sempre "pilhada" também... Acho que é meu! Eu já sou "pilhada", lá então...mundo de velhas novidades...

Euzinha

3 Comments:

Blogger Leila Silva said...

Dani,

Nutella no café da manhã??? Delícia! Os seus textos também continuam uma delícia. Nem sempre consigo deixar os recados....

Beijos

Leila

9:31 PM  
Blogger Euzinha said...

Devo confessar que, ao escrever mais de quarenta horas, pensei, especialmente, numa viagem de bus que fiz pra Recife. Futuras histórias para eu colocar aqui...
Bjs

9:00 AM  
Anonymous Anonymous said...

Cara, acho que tem duas coisas que não podemos (ou pelo menos devemos não tentar) perder: TEMPO e OPORTUNIDADES.

Parabéns, querida, você não perdeu nenhum dos dois na sua viagem!!!

::Espontânea::

10:39 AM  

O q vc me conta?

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