Doce Melbourne

Logo depois que voltamos para Brisbane, lá estávamos nós de novo partindo para Melbourne, como verdadeiros nômades, como minha irmã sempre brincava. Ela também dizia que sempre parecia um camelo, de tanta coisa que estava carregando sempre.... Foi relativamente fácil e rápido chegar lá. Pegamos o avião, depois pegamos o tal do sky bus, que nos deixou quase na porta do Nomads Hostel, onde ficamos. Não sem antes ficarmos rodando a rua, procurando o número errado....

Eu adorei o hostel. Tinha um pub bem no primeiro andar, tinha restaurante, internet, a crew era super gente boa, enfim.... O quarto não era exatamente bem situado, tinha uns janelões e minha irmã quase me matou porque ficamos num quarto com mais seis pessoas. Eu tinha falado isso com ela quando nós bookamos, mas ela não lembrava. Depois fiquei brincando que isso foi meu artifício para tirar ela do hostel... E dito e feito, porque a última coisa que minha irmã queria era ir para aquele hostel para descansar....

Nem bem chegamos e já fomos para rua, caminhar quilômetros, como minha irmã sempre dizia.... Nosso hostel ficava bem perto de um dos muitos lindos parques de Mel, onde fomos algumas vezes. Como estávamos na City, também era fácil ficar circulando pelo vasto comércio local. Nosso primeiro susto foi o tempo. Para nossa surpresa, estava um frio do cão, tanto que tivemos de comprar casaco..... Logo vimos as pontes, o lindo rio, South Bank.... Alguém tinha me dito que parecia Brisbane e até é verdade; uma Brisbane numa escala ampliada...

Logo no primeiro dia, foi engraçado porque estávamos caminhando por Mel e vimos uma multidão de jornalistas circulando e andando atrás de um cara. Perguntei a um australiano quem era, ele disse que não tinha idéia. Então, perguntei a uma jornalista e ela me disse o nome. Como eu fiquei na mesma, no dia seguinte fui olhar o jornal para descobrir. Era um tal de um estuprador famoso de um caso de mais de vinte anos que tinha, finalmente, sido condenado. Bem feito. Ainda bem que eu não sabia, porque nessas horas não controlo minhas reações...

As construções são muito bonitas, cada igreja, cada praça, cada prédio de arquitetura admirável. Sem contar as pontes, os elevados dos trens e, claro, os trams, que me fizeram lembrar de Amsterdam..... Para minha surpresa, tinha uma La Trobe St bem perto de nosso hostel, fiquei brincando que viajei não sei quantos quilômetros pra chegar na Latrobe de novo, já que esse é o nome da minha rua em Brisbane. Mana também ficou brincando dizendo que estava se sentindo em casa, porque tinha um IGA bem na esquina, a mesma rede de supermercados que tem na esquina da minha casa e onde faço compras sempre.

Ao longo dos dias que se seguiram, o que mais fizemos foi caminhar pela cidade. Fomos em galerias de arte, passamos por igrejas e até pela Chinatown de Melbourne. Gente, a galeria de arte é um espetáculo, como eu disse, a arquitetura é uma atração à parte. Vi várias obras de artes que eu já tinha visto na Europa, esculturas do Rodin, quadros do Picasso, coisas que sempre valem a pena ver de novo.... Para desespero de minha irmã, havia várias lojas de livros na cidade, incluindo second-hand stores. Eu com os meus livros e minha irmã com as bolsas...cada um com seu cada um....cada um com sua mania.....Também fizemos o famoso passeio de barco que é muito, muito interessante, dá para ver os principais pontos turísticos, os guias contam as histórias de ocupação, das famosas pontes, mas, confesso, depois começa a ficar chato. No final, a única coisa que eu estava achando interessante era o lindo marinheiro italiano que estava que estava pior que Ave Maria comigo....

Ah, claro, como ia me esquecendo... Em South Bank - também-, encontramos minha linda e querida amiga espanhola Maria. Encontramos com uma cabeçada de amigos e ficamos bebendo no park, beirando o rio - que agora não era o Brisbane...rs.... Até pretendíamos ir para uma das famosas ruas de compras de Mel, que minha irmã queria ir, mas como naquela hora já devia estar fechando, acabamos indo para a imensa rua de pubs que cerca South, o que me fez lembrar muito de Londres e do Tâmisa. Claro que paramos num pub, a galera toda, onde ficamos bebendo horas e horas. Eu me lembro que ainda saí para comprar cigarros e, mesmo em Mel, tive que andar horrores para achar algo aberto.... Isso é Austrália.....

Foi engraçado que uma amiga estava falando que detestava gente segurando ela, apertando, encostando - que eu também odeio quando não conheço as pessoas.... Mas, no final, a menina estava se jogando no meu colo e me beijando de tanto álcool na cabeça. Minha irmã ficou chocada e até zoou um pouco ela também, porque já tinha bebido seus drinks de côco, de que minha irmã ficou ainda mais fã na Austrália. Ah, sim, tinha o amigo bombeiro de Maria, bota firemen nisso....hehehe.... Detalhe que ele foi escolhido para ser o carro chefe de um calendário de bombeiros que saiu aqui na Austrália.... Valha-me Deus, que te conserve....rs.... Como minha irmã falava e virou pilha depois, morri de rir com a Mary imitando em espanhol, naquele jeito cute de Mary. Apareceu também um grupo tocando muito bem, em frente ao pub, a galera começou toda a cantar, foi um barato.

No final, estava todo mundo tocado, tocado.... Quando saí, a menina estava chorando e ninguém falava nada com nada. Se não fosse Mary, a gente nem tinha comido, porque ninguém conseguia escolher nada. Sei que ela pediu um farnel e tudo se foi em menos de uma hora...r.s..... Como Mana estava cansada e a gente ia acordar cedo no dia seguinte para viajar, voltamos para o hotel, caminhando. No dia seguinte, Mana ficou me zoando, porque eu tinha dito para ela guardar o caminho porque depois eu iria estar alta e ia ficar na dúvida. Ao contrário, ela disse que eu teimei e achei o caminho mais fácil de que de dia e sem mapa...hehehe