Duas Primaveras

Você já pensou que, enquanto o sol brilha aqui, no outro lado do mundo já é noite? Já viajou e chegou na mesma hora que você saiu? Pois é. Tudo é uma questão de referencial. E de cultura! E quando se "viaja", pode-se mudar tudo; variar de parâmetros, personagens, sem compromissos!!! Eu vivi, feliz, duas primaveras... No Brasil e na Europa... Aqui vão estas e muitas outras. E que seja assim sempre: várias primaveras de mim mesma!!!

26.4.07

Meu aniversário

Alguns dias antes do meu aniversário eu tinha conversado com uma amiga brasileira, Sonia, uma espécie de guru pessoal. Ela tinha me dito algumas coisas sobre minha vida em 2007...surpreendentes e animadoras…. Embora eu realmente tivesse achado difícil de acontecer… Meu aniversário de 29 anos provou que nada é impossível e a gente está aqui para dizer ¨well¨, ¨c´est la vie ¨, entre outras coisas…..

Embora cansada, eu estava feliz e lá fui eu ao IGA fazer as compras para o churrasco, que acabou não sendo churrasco. Era realmente estranho imaginar um aniversário totalmente longe dos meus amigos, afinal, eu não iria vê-los no dia seguinte, nem depois, nem em outro dia…. Enfim, talvez volte em tempo de celebrar os trinta anos….

Foi também estranho lembrar do meu Open House há quase um ano, já que mudei para minha atual casa um pouco depois, com tantas outras pessoas que não estão mais presentes, como meu grande amigo Jac Boy, Gustavito etc. Mas havia bons representantes presentes! Andreia e Marcelo, em plena lua-de-mel, por assim dizer. Gian, Kalo, Sione, Aaron, Dario, Memo, entre outros visitantes passageiros, como o perdido Royce. Simone and Sandra estavam viajando.

Depois de passar o dia bebendo e comendo, ainda arriscamos uma ida ao velho Story Bridge de Guerra e ao eterno e bom Valley. Nem preciso dizer que estava ainda mais quebrada no dia seguinte, no qual ainda tive que arrumar as coisas da festa, mas também tive energia para voltar e passar a tarde na casa de C.

E a semana foi assim, indo do trabalho para a minha casa e para a que é agora o meu segundo lar na Austrália. Sandra já tinha voltado de viagem e eu ainda não tinha encontrado ela para fofocar, contar as novidades e celebrar meu niver. Nada mais normal que então ir ao The Victory com ela, em plena quinta-feira…. Final de semana afterwards tranquilo, em paz, com direito a filmezinho no domingo. Foi um dos aniversários mais ¨tranquilos¨ e surpreendentes that I have ever had...

23.4.07

Agitando a vida

Com o fôlego que minha irmã me deu, logo que ela se foi, eu comecei a agitar as coisas para poder ficar viajando até o final do ano, fosse na Australia, ou na Ásia. Foram semanas enroladas, agitando documentos para cima e para baixo. Sometimes é realmente difícil, porque tudo que eu preciso, toda a minha documentação, está no Brasil… E haja paciência de Mana para juntar tudo para mim…

Quando finalmente consegui resolver, pude relaxar e fazer coisas normais, como ir ao cinema, para ver o espetacular filme Notes on a Scandal, que um friend tinha me chamado para ver justo no dia que eu estava na imigração renovando meu visto; acabei vendo depois, numa sexta-feira, em South Bank, seguido de uma noite no Über, um club alemão super interessante em West End. Foi divertido porque várias pessoas estavam usando umas mascaras idiotas, fui perguntar o porquê e descobri que era uma homenagem ao Carnaval no Brasil… Surreal…. Nesse mesmo dia, acabei num carnaval de rua, na principal avenida de West End, que rumou para uma academia de dança latina lá. Totalmente inesperado….

A semana que se seguiu já era o esperado casamento da Deia. Eu tinha acabado de começar a trabalhar de novo, após as longas semanas de holiday com Mana, que me renderam o apelido de Holy….. Mas, já sabendo do casamento e fazendo jus ao apelido, já comecei com holiday para poder ir ao casamento da Deia em Gold Coast…..

Fui para Gold um dia antes, na esperança de aproveitar o tempo na praia, que, para variar quando eu viajo, não estava lá essas coisas. Primeiro dia eu estava tão cansada que praticamente nem sai, depois ainda fiquei envolvida nos preparativos finais com o Marcelo e a Deia.

Depois, finalmente fomos para Currumbin, munidos de todos os aparatos, para um lindo casamento na praia. O lugar é qualquer coisa de lindo, de tirar o fôlego. E por pouco eu não fiquei sem bateria para tirar fotos para meu casal lindo.
De lá, fomos para um dos clubes na beira da praia, onde eles tinham acertado para a festa, e lá ficamos bebendo, comendo, conversando, enfim, festejando… Claro que não podia faltar o tradicional auê no carro, fizemos uma mess no carro deles, com uma mistura de dizeres em português e inglês….

Em casa, nós ainda ficamos bebendo vinho e conversando até altas horas. Foi super divertido. Dia seguinte, passamos o dia numa super loja, no caminho de Brisbane, perto de Logan. A idéia era a Deia comprar coisas para casa, mas acabei eu comprando também, ando muito consumista…..risos…. Nas minhas confusões de aniversário, tinha combinado voltar para Brissie para comemorar meu aniversário antes com alguns amigos que iriam via jar.

Então, lá estava eu rumo a Brisbane, perto de cinco horas, tempo suficiente para me arrumar para um jantar às seis e meia. A idéia era jantar lá e depois encontrar o pessoal em South ou no Valley. Mas dessas surprises que ocorrem na vida, a bateria do meu celular acabou, desencontrei dos meus amigos e acabei ficando no jantar… Dessas surprises que a vida nos proporciona. Com direito a celebrações meia-noite, já que era véspera do meu aniversário… Pior foi ter que arrumar as coisas no dia seguinte, quebrada, para o churrasco que eu iria dar na minha casa…

19.4.07

O comeco da virada...seja la qual for...

Faz muuuito tempo que naum escrevo aqui, ainda mais on line, como hoje. Desculpem, mas naum estou usando meu micro, entao, nada de acentos...

Parece que faz milenios que minha irma se foi e tanta coisa aconteceu depois disso. Sem me dar conta, ja faz mais de um ano que estou aqui, caminhando para quase treze meses. Para quem nunca pensou que pudesse ficar longe do Rio mais de seis meses, naum digo nem viver em outro pais, mas ficar tanto tempo sem visitar a Terrinha...

Sem querer, minha irma me proporcionou um presente. A vinda dela foi uma alegria e uma especie de balsamo para as saudades do coracao. E o retorno dela, sem querer, tambem deflagrou uma coisa que eu estava desejando ha muito tempo.

Logo que minha irma partiu, foram dias estranhos e terriveis. A casa parecia vazia e mesmo tendo viajado horrores, ate a Fe e o Aaron manifestaram a falta que Doenca estava fazendo. De repente, meu quarto parecia uma mansao...

Naum posso reclamar dos meus amigos. Never. Dos brasileiros, que naum me abandonam, mesmo eu estando ha um ano aqui. E dos aussies - inclusive adotados, que sempre me oferecem um colinho bom.

Nos primeiros dias, apos o retorno de minha irma, eu nem quis sair muito. Sandra ate tinha feito muitos planos, mas acabei nem indo. Planejamos ir a Gold Coast, entre outras coisas que nem fizemos. Fraser, por exemplo, acacamos indo muito tempo depois. Ainda saimos, fomos ao cinema, ao pub, para sentar e botar os papos em dia. Com direito a feirinha em South Bank e tudo.

Mas ai veio meu aniversario, para supostamente alegrar, afinal meus aniversarios sao sempre muito celebrados. E foi muito estranho passar meu aniversario de 29 anos - com retorno em saturno...aprendi...a viver....- longe dos amigos. Naum foi o primeiro aniversario naum celebrado na data com os amigos, mas foi o primeiro tao, tao longe.

Ironias aa parte, nem tive tantas comemoracoes em grupo assim. Cheguei a fazer uma comemoracao, um barbie, em minha casa, com os poucos amigos originais que restaram. Triste constatar que, da galera inicial, poucos restaram. Sem contar que, Royce, por exemplo, esta de mudanca para Cairns apos um longo periodo indo e vindo de Ballina. Kalo e Sione andam mais em Melbourne que naum sei o que. E eh isso. Ate Sandra estava viajando no meu niver, minha querida amiga alema vive viajando, muito a trabalho. Interessante que Sandra naum tem nada em comum com Johan, menos ainda com Silke. Ve que naum da para criar um padrao baseado numa nacionalidade...

Pois entao que, logo depois do meu niver, minha vida passou de festeira, da nite, para uma caseira e comprometida vida. Isso sem notar, sem grandes metamorfoses aparentes. Do tipo de mudanca que te domina sem nem se fazer notar...

Hilario dizer que, alguns meses atras, eu estava certa de voltar ao Brasil no final do ano, deixando minha querida Brisbane por volta de julho para viajar pela Asia. Agora, naum sei se viajo pela Asia, naum sei se deixo Brisbane, embora a saudade do Brasil, familia e amigos seja inegavel...

Ainda hoje falei com meus pais e mana, respondi a reincidente pergunta 'quando voce volta?', com 'eu naum sei'. E minha irma brincou, dizendo que estou indecisa ha um ano... O que ja eh quase um indicio de resposta. Mas eu, francamente, naum sei. Estou tentando viver cada dia e eh louca essa certeza de que ninguem tem mesmo certeza de nada. Quanto a trabalho, relacionamentos, futuro em si... A naum ser aqueles que se escondem sob a pretensa seguranca da "normalidade".

Tenho ainda muito para contar para voces das nites que precederam esse periodo de "agitada calmaria", tenho que contar de minha recente pacata vida, chegando a abandonar Royce no antes tentador Fringe Bar, contar das outras viagens a Gold, o casamento da Deia, Fraser Island - a tao adiada viagem, e algumas outra viagens frustradas, como Nova Zelandia e Fiji. Tomara que eu tenha folego para contar tudo isso...

Sei que algumas das coisas que minha queridissima amiga Sonia me disse estao acontecendo... E eu podia jurar que isso seria impossivel. Mas, agora, creio eu, ou vai ou racha.... Tenho ainda muita bola para cantar aqui, mas adianto que meu deadline para decidir o que eu quero da vida - que parece mais dificil agora do que como operacionalizar isso-, sera minha volta da Tasmania. Vou passar uns dias em Tassie agora no final do mes, que, felizmente, ja esta chegando.

E eh isso, meus amigos. Escrevo para voces uma e quarenta e um de uma ensolarada tarde em Bris Vegas, na qual admiro a vista linda de Brisbane central e dos parques de Toowong e arredores, de frente para uma divina varanda.

Ah, eu amo Brissie, eu amo essa terra, amo o City Cat, o sol de todos os dias, as ruas, as oportunidades e os amigos daqui. Mas, dividida que sou, sinto falta da praia do Recreio, dos chopps com os amigos, das festas e aniversarios. Anos de festas e momentos muito bens vividos no meu lindo Rio de Janeiro. Voila. Volto no tempo, para dezembro, quando essa duvida ja dava seus sinais de tormenta... Mil razoes para voltar. Mil razoes para ficar. E nenhuma razao para decidir. Eh isso. Beijo grande no coracao de vcs dessa lucky lady, sem patria...

18.4.07

Férias australianas - Parte IV

"Falando em vida noturna, acho que saí mais enquanto estava na Austrália do que no ano passado todo. Eles adoram falar 'club'!! Não há praticamente bares, sempre pubs, restaurantes ou boates. As músicas que tocam são mais ou menos as mesmas. Para quem quer aventuras, os homens australianos também chegam bem facilmente, até demais para o meu gosto. A diferença mais marcante é que nada rola até de manhã. Duas ou três da madruga já é tardíssimo para os padrões australianos.

A galera de lá também se amarra em fazer churrascos, os 'barbies'. Tudo é motivo e qualquer lugar serve, seja na casa de alguém ou nas churrasqueiras dos parques ao ar livre, muito utilizado por todos.

Nos fins de semana, os parques ficam sempre cheios de famílias e jovens. Também levam seus cachorros, que só podem passear em determinados lugares e horários.

Uma curiosidade: a galera de lá se comunica basicamente por mensagem de texto. Estranho... Seja para o que for, é mais comum enviar uma mensagem do que telefonar, mesmo sendo mais cara a mensagem. Voltei para o Brasil sem entender...

O transporte é um capítulo à parte. Sempre eficientes, os ônibus, trens, catamarãs... Pontuais e confiáveis. Um exemplo para qualquer país. Facilita a vida de todo mundo. Sem contar o City Cat... Um caso de amor platônico!!!!

A viagem foi repleta de momentos únicos, como no dia que ouvimos Vanessa da Matta num restaurantezinho à beira do rio. Bom gosto universalizado!

Bons amigos também tem a minha irmã, especialmente a Kalo, alegre e bom astral. Tem também o 'mate' australiano, sempre ansioso por um bom papo, ou monólogo... Whatever, como minha Mana fala... Ah!!! Sem esquecer a amiga alemã, Sandra... Muito gente boa...

Dias incríveis em Sea World, Moreton, dias conhecendo praias lindas, Gold Coast, Surfers, Port Campbell, Great Ocean, Museus, praças... Sem dúvida, o que a gente leva da vida é a vida que a gente leva... Dias felizes e inesquecíveis...

Reclamei muito como sempre, já que nasci cansada, mas, no final, sempre queria mais e mais... Como é notório, amei a Austrália e os Aussies. Certamente estou esquecendo de várias coisas, afinal, foram semanas repletas de acontecimentos e novidades.

No fim de tudo, muitas lembranças e saudades da minha irmã. E ratifico aqui uma promessa que fiz a minha irmã, mas isso é segredo de família... rsrsrsrs"....

Marcia Fraser

13.4.07

Férias australianas - Parte III

"E no dia do passeio no deserto??? Uma grande expectativa logo frustrada. Quando vi a altura do morro que teríamos que subir a pé, já amaldiçoei várias gerações... Ninguém merece acordar cedo e ter que subir uma ladeira de quase 90 graus... Que isso!!! Claro que acabei subindo... Claro que não parei de resmungar... Mal sabia que a descida não seria tão melhor... Além de estar ridícula com óculos de proteção fluorescentes, comi meio quilo de areia deslizando pela pseudo-rampa. Tinha areia no nariz, ouvido... Definitivamente um programa de índio, ou de aborígine...

Claro que a Daniele subiu e desceu umas cinco vezes... E claro que fiquei sentadinha na minha prancha sob o agradável sol de 70 graus, só esperando... Nem reclamei... Este tipo de programa não faz parte do meu show.

Alimentar os golfinhos foi memorável! Nenhuma foto ou filmagem consegue descrever a emoção. É mágico estar ali, no ambiente deles... Meu coração até batia acelerado. Como de praxe, para quebrar o encanto, dei um pinote quando a linda golfinha me deu uma “narigada” de brincadeira na perna. Como não estava esperando, me assustei e acabei assustando também a bióloga que deve ter me achado louca.

Todos os dias foram muito bons, apesar de, às vezes, estar muito cansada pois fazíamos quase tudo a pé. Alguns passeios foram mais especiais, como quando segurei um coala no colo. Inesquecível !!!!!! Ele é tão fofo, tão pesado, tão real!!! E fedido também, não vou mentir. Mas nem isso estragou o prazer de ter um bichinho lindo tão perto!

Os cangurus também são fantásticos! Interagem naturalmente. Quando estava no parque com eles, tão amplo, bem cuidado, me senti num sonho. Parecia perfeito!!!!!

Passei também semanas tentando ver um possum. Era o animal mais fácil de ver e eu não conseguia. Já estava quase me conformando quando, na minha última semana, esperando para falar no orelhão, avistei um na esquina. Andava calmamente, como um esquilinho com um rabo enorme, e depois subiu numa árvore. Desisti até de telefonar e voltei pra casa toda exultante para contar a Daniele.

Depois de passar semanas sob um sol insano, me deliciei com o frescor de Melbourne. Definitivamente um clima mais humano. Tivemos até que comprar casacos!!!! Aliás, Melbourne é uma cidade bem maior, não um vilarejo como Brisbane. Vários pubs e uma vida noturna mais dinâmica. Nada demais também. As maiores cidades brasileiras têm uma night mais agitada..."

Marcia Fraser

11.4.07

Férias australianas - Parte II

"...As roupas das pessoas são mais ou menos normais. O problema é quando tentam se arrumar. Ficam meio over, mas é só a minha opinião...

Em geral, os australianos são muito grandes, homens e mulheres, tanto na altura quanto no peso. Conforme sempre informava o noticiário, 65% da população com sobrepeso! Preocupante... E os “kiwis”??? Nome divertido para os neozelandeses... Esses são gigantes!!! Deixariam qualquer pitboy brasileiro bolado.

Como minha irmã bem reparou, a beleza não é tão fundamental naquelas terras. Nem imagino o motivo. Também quase não se vê academias e estabelecimentos relacionados à estética. Mais uma vez, acho que é uma característica cultural...

Assim como a dança dos australianos... Eles usam as mãos, se requebram... Uma cena ridícula, mas todo mundo é assim, então pra eles é normal. Ah! Tem também a cerveja. O povo adora beber e bebe bem, tanto os homens quanto as mulheres. Tanto os mais velhos quanto os mais novos.

O clima em Brisbane, que já comentei, era um calor infernal. Sempre abafado. Bebia tanta água e coca light que me sentia um camelo no deserto, sempre carregando um monte de bolsas cheias de quinquilharias. Uma loucura!!! Sem falar na insanidade dos preços das bebidas na rua – muito caras.

Nos outros lugares pelos quais passamos, era mais tranqüilo. Até mesmo nas praias era bem mais fresco. E, quanto mais ao sul, mais agradável a temperatura.

Disse que não ia comprar nenhuma bolsa, mas, tomada pelo lema 'TURISTA PODE TUDO', saí da Austrália com alguns exemplares. Inclusive uma delas soltou tanta tinta que despertou meu instinto de advogada brasileira. Arrastei minha irmã para trocar a bolsa na loja, uma prática nada usual por lá, já que praticamente inexiste qualquer política de proteção ao consumidor. Neste ponto específico, estão anos-luz atrás do Brasil. Ponto para nossa terrinha!

A lástima é que retornei ao Brasil com um preconceito fortíssimo. Sequer posso ouvir falar de orientais, asiáticos ou qualquer um dessa gangue. Fui surpreendida, pois tinha uma idéia errada sobre eles. Esperava que fossem pessoas melhores tendo em vista sua tradição milenar. Infeliz engano. Uma tristeza a Austrália estar sendo invadida por essa gangue sem educação, grosseira, antipática e inconveniente. E pior! Sempre que comento isso por aqui, todo mundo concorda que eles estão tomando conta do mundo todo, pouco a pouco, seja com produtos, dinheiro, mão de obra barata...

Já minha primeira amizade australiana foi com o Mocha. Amor à primeira vista! Ele sacou logo que adoro animais! Sempre que eu aparecia e falava com ele, se requebrava como uma passista no sambódromo. Uma fofura!!! Gostava tanto da gente que insistia em fugir para brincar. Sem falar no dia em que houve o blackout e o Mocha Lindíssimo foi confundido com um possum. Só quando ele tava pertinho é que percebi que era ele, afinal, nenhum possum se requebraria daquela forma...
"...

Marcia Fraser

4.4.07

Participação especial: Férias australianas - Parte I

Queridos, meu blog vai ter por alguns dias a ilustre contribuição de minha Mana e suas impressões de minha querida Brisbane.... Divirtam-se....


"Logo no inicio percebi que seria uma bênção a minha irmã trabalhar alguns dias durante a semana, afinal, os demais eram sempre uma maratona...

Teve dias que andei tanto que encontrei meu limite de cansaço. Daí, eu só continuava, automaticamente... Não adiantava parar ou reclamar... Os meus músculos se acostumaram com o acido lático, companheiro de todas as horas...

Mas a Daniele gosta de me ver assim... Tenho certeza! Há anos atrás, em Buenos Aires, meus dedinhos do pé sangraram de tanto andar com sapato fechado. Minha sorte é que na Austrália se cultiva o surpreendente e conveniente hábito dos chinelos. Chinelos sempre!!! Esse é o lema! Nem para night o salto alto é muito usado... Ponto para o conforto e zero para a elegância. Não se pode ter tudo!

Sem falar no calor, esparadrapos nos pés, chinelos mais confortáveis... Uma pequena fortuna gasta com estes paliativos.

Sair de casa em Brisbane era quase um ato de coragem. Um calor infernal e, no caminho da casa da Daniele até o City Cat, todo meu glamour se perdia... Bloqueador solar 50 era quase uma piada... Mas enfrentei tudo, muitas vezes no limite do desespero, mas sempre valia a pena!!!!!!!

Quanto à comida, tenho uma filosofia rendida ao marketing (péssimo hábito na realidade): Mc`Donalds forever ! “Amo muito tudo isso!” E, claro, estar viajando é sempre uma boa desculpa para me entregar ao fast food. Sem contar os litros de sorvete choc chip de café da manhã... Sei que é até anti-ético confessar isso, mas como vocês já sabem, TURISTA PODE TUDO!!!!!

Graças a Deus não tive nenhum problema de saúde!!! O único inconveniente, mais para os outros do que para mim, foi uma tosse de cachorro que durou dias. Mais um pouco, se alguém jogasse um osso, eu sairia correndo atrás! Nem eu estava me agüentando!

O mais curioso é que os “piores” dias da tosse foram no albergue. Claro que foi a minha querida Mana que me proporcionou o prazer desta hospedagem! Dormitório compartilhado: uma experiência que só posso descrever como suportável.

No entanto, minha “alergia” à convivência com estranhos ficou latente. Todas as noites no albergue eu tossia de quase cuspir o pulmão, porém, ninguém reclamava... Mas no dia seguinte, sempre quem estava no meu beliche queria mudar de lugar !!!! Hilário !!!! Imaginem o que não deveriam pensar: Meu Deus! Que vírus é esse??? De que país é essa garota???!!!!

É óbvio que acho divertido porque quem tossia era eu, se fosse outra pessoa desconhecida, teria ficado meio bolada... Dormitório compartilhado e doença, não dá!!!

Sobre o povo australiano, a impressão final é que são muito amistosos. O sotaque é de matar, que o diga “M”, conhecido da minha irmã, que apesar de todo o esforço, parecia estar sempre narrando uma corrida de cavalos!
"...

Marcia Fraser

A seguir cenas of the next chaper....

Paraíso

Na nossa eterna jornada de viagens, chegamos em Brissie exaustas e com mil coisas para fazer, tipo compras no supermercado, pagar aluguel, lavar roupa...minha vida de dona de casa na Austrália...rs E, é claro, começar a organizar a próxima viagem. Isso mesmo, lá íamos nós de novo….. Cogitamos vários lugares, Sydney, Cairns, entre outros. Mas como minha irmã já estava cansada de viajar para longe, aeroporto etc, acabamos optando por um lugar próximo, mas o verdadeiro paraíso: Moreton Island.

Após uma longa jornada de ferry, numa paisagem idílica, chegamos lá, sendo recepcionados por várias pessoas com camisas coloridas e colares floridos. Eu me senti naqueles filmes de terror, onde todo mundo chega numa ilha e é tudo lindo, até começarem a morrer os integrantes do grupo…. Estranha coisa para se pensar, eu sei... Logo de cara tinha uma mulher, bióloga - depois soube-, alimentando alguns pelicanos, o máximo. Os primeiros dos sem número de animais que iríamos ver lá.

Depois de quinhentas mil orientações, fomos levados num carrinho, tipo aqueles de campo de golfe, até o nosso apartamento, que ficava na parte chamada de Kookaburra, por causa do animal mesmo, que estava sempre por ali, gritando; um barato essa ave!

Depois do albergue de Melbourne, com mais seis pessoas no quarto, minha irmã foi quase ao delírio com o quarto do resort. Realmente, conforto e mordomia é pouco para descrever o lugar….. Até secador tinha, que minha irmã fez questão de usar, óbvio….rs…..

Durante nossa estadia lá, o sol ficou indo e vindo, ainda sim sufficient para divinas caminhadas na praia e um pôr-do-sol de arrancar o fôlego. A água, então, parecia uma piscina de tão calma. Dava para pegar equipamento de mergulho e ficar vendo os peixinhos, perto de uma espécie de cemitério de navios.

Da série enjoy the Nature, vimos os biólogos alimentarem os peixes do aquário, as aves - que já sabem e vêm naturalmente comer na sua mão, um barato- e o que foi melhor: eu dei peixe para golfinho... Essa história é um barato… Há vários anos, alguns golfinhos - selvagens- começaram a aparecer na baía de Moreton. Então, os biólogos começaram a dar comida para eles. E eles sempre voltavam. Até que alguns deram cria e começaram a vir com os filhotes. Depois os pais morreram e os filhotes continuaram indo. Hoje, um desses filhotes já é adulto, já teve filho e levou o filho para os biólogos alimentarem ainda no primeiro dia de vida, quando eles puderam se aproximar, medir o filhote, coisas assim... O que é dificílimo em se tratando de animais selvagens…… Foi divertido porque o animal foi se aproximando de mim,quando eu estava dando comida, e a bióloga me afastou. Com a minha irmã, foi exatamente o contrário, quando o animal se aproximou, ela deu um pulo para trás e até assustou a bióloga, foi hilariante…..

Ah, quase me esqueci! Tem também um centro de conservação, uma espécie de museu, onde se pode encontrar ossadas de animais, além de muita informação sobre a história e biologia do local. Lá, também, eles fazem palestras, mostram videos, meio que para inspirar a preservação ecológica.

A noite lá é quase morta, até porque acho que a galera prefere dormir cedo para acordar cedo e enjoy the day. Bem ou mal, acontecem uns jogos meio sem graça, ao estilo australiano, misturando com aposta e corrida de cavalos….. A noite em si é divina, nem preciso dizer, o vento, as árvores balançando, a lua, a vista da praia. Um espetáculo!

Eu também vivi para ver a minha Irmã descendo as dunas, deitada numa daquelas pranchas de Madeira, sabe? Foi um passeio que fizemos, que eles chamam de safari, ao parque natural da ilha. É uma delícia descer, sentindo a areia no rosto, no corpo, deslizando rapidamente e vendo a paisagem. Dureza é ter que subir de novo as dunas, carregando a prancha debaixo do braço, para poder deslizar de novo…..rs……

Ah, se deixar, posso ficar horas aqui falando de quando o pássaro comeu na minha mão, do golfinho lindo que eu alimentei, dos banhos de mar, das caminhadas e até do poderoso café da manhã do lugar, durante a qual eu me empanzinava…. Enfim, o paraíso. Voltamos para Brisbane felizes da vida.

PS Estou com pressa como sempre, prometo tentar colocar fotinho depois. Bjka
PS2 Fotos devidamente adicionadas!