Duas Primaveras

Você já pensou que, enquanto o sol brilha aqui, no outro lado do mundo já é noite? Já viajou e chegou na mesma hora que você saiu? Pois é. Tudo é uma questão de referencial. E de cultura! E quando se "viaja", pode-se mudar tudo; variar de parâmetros, personagens, sem compromissos!!! Eu vivi, feliz, duas primaveras... No Brasil e na Europa... Aqui vão estas e muitas outras. E que seja assim sempre: várias primaveras de mim mesma!!!

31.3.05

Curitiba, Curitiba à nouveau

Depois de tanto tempo, lá estava eu novamente passeando em Curitiba. Eu e minha amiga pensamos em ir aos parques, mas logo fomos para o Centro de Curitiba. Museus aparentemente interessantes. Fechados. Segunda-feira, segunda-feira...

E lá estávamos nós, passeando por ruas, monumentos e praças super legais. Curiosidade despertada em cada canto. Um centro cultural muito interessante estava aberto ( “Ninguém canta a liberdade com a perfeição dos pássaros aprisionados” – Zeca C. Leite). Minha amiga não conhecia e acabamos comentando que, muitas vezes, ao morarmos num lugar, não o conhecemos, pois não temos tempo de fazer os passeios ditos turísticos.

Vai e vem. Artistas de ruas. Eternas compras e impulsos consumistas. E onde terminou o dia? Rua das flores, um barzinho e muuuita conversa. “Mas se quer saber se eu quero outra vida, não, não...”.

Encontramos a família e começaram os papos e o eterno 'farnel'. Mesa grande, todo mundo sentado e a pequena Bia, de quatro anos, começou a brincar com uma luva de lavar a louça. Ao invés de se preocupar, minha nova “madrasta” estimulou a criança que, logo logo, estava empolgada lavando a louça em cima da cadeira...

“Entro numa” de “ensinar” a criança. Falo, falo, “assim você coloca espuma”, “depois molha”. Aí pergunto de novo: “depois da espuma, o que você faz?”. E sabe o que ela respondeu? “Aí eu enxáguo...”. Ah, as crianças...

Euzinha

23.3.05

Voltando para Curitiba

O dia começou cedo com as despedidas. Porque, embora muitos fossem para Curitiba também ( o maior barato, a família quase toda seguiu até Curitiba...), era preciso se despedir dos que ficariam.

Comecei o dia conhecendo o pai de camarada Ulisses. Engraçadíssimo. Contando desde suas investidas pela política, até o namoro com uma “moça” de 60 anos. E então entendo o jeito especial, e engraçado, do meu amigo Ulisses contar histórias...

Terminei o dia indo na casa do outro irmão de minha amiga Vânia. Meio sem graça, típico meu quando vou à casa de alguém pela primeira vez, principalmente se não tenho intimidade com a pessoa, fiquei observando a criançada jogar vídeo game, doida para jogar...

Logo chegaram mais parentes. Engraçado como todo mundo anda em bando no interior... E então a sobrinha de minha amiga Vania chegou para mim, com a cara mais singela do mundo, e perguntou: “Por que vocês não vão embora? Ai, tem tanta gente aqui”. Ainda mais encabulada, comentei, baixinho: “É, tem muita gente aqui mesmo...”.

A criança saiu me deixando com cara de idiota... Nem contei para minha amiga e logo logo fomos nós num ônibus para Curitiba. Isso seria mais tarde, frase de efeito, para guardar: “ai, tem tanta gente aqui” (...risos...).

Euzinha

14.3.05

“ 'Cosquinha' na alma”

Dia seguinte, minha amiga inventa um passeio com a criançada. Para expurgar os pecados, como costumo brincar; na verdade, amo as crianças...

Ponta Grossa tem vários parques. Fomos em um parque lindo, um riozinho, pedras, ponte, bem bucólico. Fui na água. Uma paz, paisagem linda. Lugar para fazer churrasco, bom para passar a tarde. Música alta não pode para preservar a paz no lugar. Muito legal mesmo, só faltou mesmo o bebedouro, porque o sol estava realmente 'colaborando'...

Logo estamos eu, minha amiga e mais sete crianças no shopping. Uma ida à papelaria vira um “evento”... A loja de brinquedos então... O shopping se transforma num verdadeiro parque de diversões...

Calculadoras mentais e juvenis agitadas com dinheiro para entrada, pipoca, lanche etc. E um momento emblemático na praça de alimentação. Está na hora do filme, Garfield, e o pastel, quentinho, ainda está na mesa.

“Temos de ir, temos de ir”. “Não vai dar tempo de comer, tia, está quente”. “Por que não embala e coloca na bolsa???”, pergunto eu. Minha amiga me cutuca por debaixo da mesa, com o olhar de “olha o exemplo”. Enquanto a criança geminiana já vai colocando na bolsa, a criança capricorniana decide: “come aqui porque não pode entrar com comida no cinema”. Eu (calada) e minha amiga rimos.

E lá fomos nós para o cinema. Juntam-se alguns primos e a geminiana diz, incluindo a todos sem preconceitos: “ih, a família vai ocupar a fileira inteira”.

Voltando para casa, depois da jornada, a geminiana pede: “Tia, a gente pode fazer ‘cosquinha’ no estômago?”. “O que é isso?”, pergunta minha amiga. “Ah, tia, tem uma ladeirona ali, dá pra você descer por aquela rua para fazer aquele friozinho na barriga??”. E lá fomos, repetidamente, fazer ‘cosquinha’ no estômago e na nossa alma, já devidamente livre do “ser adulto”.

Euzinha

8.3.05

Longo dia

A verdade é que, quanto mais se fica ansioso, mais o dia se arrasta. Tudo bem que o almoço comemorativo de aniversários e do feriado ajudou a passar o dia. Com direito a piadas e piadas na mesa sobre mim, principalmente porque não estava bebendo... Diziam que eu tinha me “convertido” a Jesus...

Beber bastante água durante o dia para hidratar. Para circular idéias... E, ao final do dia, lá estava eu terminando de arrumar a mala. A hora voa e o medo do engarrafamento impera. Saímos cedo e “mofamos” esperando para embarcar.

Depois é só sono e lá estamos nós em Curitiba. Oh, terrinha boa. Quanto tempo!!! Nem bem chegamos, batemos um papo e fomos pra Ponta Grossa. Não, não brinquem com este nome; cidade natal de grandes amigos. E, confesso, já fui por demais sacaneada...

Um amigo, pouco antes de sairmos do trabalho, havia pedido: “tragam um souvenir de Ponta Grossa, camisinha e uma erva para mim”. Olha o perigo de um pedido desses anotado, interpretação errônea garantida. Só para lembrar, sul do Brasil, chimarrão e por aí vai...

Voltando à Ponta Grossa... Como brincamos, 48 horas de comemoração. Nem bem piscava e tinha uma lata na minha mão. Minha amiga cometera a “imprudência” de dizer que eu era chegada num “copo”... Danou-se então...

Eu, preocupada, que meu jeito assustasse a família (normalmente não me preocupo mas era A FAMÍLIA de uma grande amiga) e todo mundo lá estava sempre bebendo, tatuagens ostentadas para todo lado...

Filhos pródigos, churrasco, crianças correndo, jogando água, jogo de cartas, ganhando com o novo “padrasto” adotado; família bem interessante. E olha que eu nem acredito muito nesta história de família, de sangue. Cool, cool.

Não posso esquecer o único momento de frio. Mala cheia de casaco e um calor do cão all day long... Sábado à noite, com o nível alcoólico nas alturas, resolvemos todos, verdadeira gangue- bem como gosto, ir para night Pontagrossense...

Sábado, então, um frio do cão, aproveitando para usar a minha bota (quase inútil no Rio) e meus casacos. E veja como é o destino, vou parar num lugar chamado Etílica. Muito interessante mesmo...

Música boa. Clima super agradável. Pessoas interessantes. Bom papo e copo, claro. Grande chance de conhecer o B, músico, grande amigo do camarada Ulisses e dono do local. E que, agradeço, ainda me brindou com uma música do Cazuza!!!

Satisfação enorme assisti-lo, entusiasmado, mostrando o lugar (muito legal) e contando os planos de eventos. Alguém vivendo sob os próprios princípios e 'correndo atrás' dos sonhos. E, sim, pode-se sim viver de sonhos... Acalento para meu espírito, no momento, tão perturbado...

Sem perceber, já estou “enturmada”, sendo convidada para ir ao famoso lugar Tradição, que, até então, para mim, era só uma escola de samba famosa no Rio de Janeiro... Volto para casa “aconchegada”.

Euzinha