Duas Primaveras

Você já pensou que, enquanto o sol brilha aqui, no outro lado do mundo já é noite? Já viajou e chegou na mesma hora que você saiu? Pois é. Tudo é uma questão de referencial. E de cultura! E quando se "viaja", pode-se mudar tudo; variar de parâmetros, personagens, sem compromissos!!! Eu vivi, feliz, duas primaveras... No Brasil e na Europa... Aqui vão estas e muitas outras. E que seja assim sempre: várias primaveras de mim mesma!!!

28.12.04

Terra firme...

Depois da jornada “geriátrico-evangélica” para Recife, foi só chão firme. Pelo menos temporariamente... Um bom banho. Regozijador. E lá fui eu fazer compras em Recife. Pai da Helena oferecendo caixa de cerveja, ai, ai...

Um almoço calmo. Sem pressa. Sem voltar correndo para o ônibus. Coca light, um troço parecido com o Spoletto e muita fofoca. Depois... “Você quer descansar ou quer ir pra rua?” (... risos...). Lá fomos nós para Olinda. Que saudade. E a fofoca continuou, regada à cerva, cerva. Empolgação total no barzinho com as músicas!

Depois é comer a tapioca, beber na Licoteria Notívaga ( que espetáculo!) e tomar caipirinha de morango ( às vezes tenho a impressão de que não consigo guardar um nome certo, nem dos lugares e coisas!!!). Sobe e desce ladeira, dança e ouve músicas de lá. Nem metade do Carnaval. Dá até saudade lembrar...

Depois uma festa num local chamado Usina, creio eu. Da série “coisas pra se lembrar ao pular de asa-delta – cplad”, Danizinha querendo tomar banho no Rio Capibaripe. Felizmente alguém me salvou dizendo que há dois rios cruzando Recife, super poluídos (...risos... ). O rio beirava o local da festa e, bem lembrado, Helena, eu queria abrir um espaço na grade e ir para o rio... Só por DEUS...

Euzinha

22.12.04

Quem espera sempre alcança...

Esta noite foi “massa”. Dormimos umas sete horas. Nem vimos as paradas da madruga. Já acordei, estava claro. Levantei, tomei um café, arrisquei algum papo. Entrei no buzu, peguei o tel para ligar para uma amiga, saber se ela estava em Natal, de repente eu poderia ir visitá-la. Ela atende, voz de sono, só então me dou conta que não devia ser nem oito da matina...

Tinha perdido a noção da realidade, estava há tanto tempo no buzu que nem sabia mais quando era dia ou noite, ou que horas eram...

“Fulano roubou o pão na casa do João. Quem, eu? Eu não. Foi o ciclano”... “Não sabe, vai ter que aprender, orelha de burro”... Cabeça de não sei de que...risos...

Faltava menos do que antes. Lá íamos nós. Previsão de chegada às sete horas, mesmo com os atrasos. O neto da “senhora” – esqueci o nome dele – se espantou porque Danizinha sabia dirigir e porque tinha me visto bebendo na parada. Oh, Danizinha bebe... bebe sim...(risos...).

9 horas e a “excursão” estava fazendo uma de suas mil paradas fora do itinerário programado; “cata corno” como a “senhora” bem lembrou.

“Por que você está nervosa agora, depois de quase 40 horas de viagem?”- indagou Rodrigo. Porque naquela altura do campeonato eu já sabia que tinha gente me esperando há tempos na rodoviária.

Nunca a rodoviária me pareceu um paraíso tão grande. Foi até fácil pegar a mala depois das mil paradas extras, tinha muito menos “mudança” (...risos...).

Daí foi dizer: “voltei, Recife, foi a saudade que me trouxe pelo braço”, dar “olá” para Pernambuco e as felizes almas conhecidas e dizer “adeus” a este povo querido de minha jornada para Recife...

Euzinha

21.12.04

The day after

Acordar e não estar nem na metade do caminho. Rodrigo pergunta: “Por que você está calada? Ah, esqueci, você não fala ao acordar!”. E então apavora: “lembra que serão duas noites no ônibus!”.

A ignorância é uma bênção, por que ele foi me dizer isso... Eu tinha me enganado, nem tinha pensado nisso; “Meu Deus, porque eu não decidi ir antes e reservei uma passagem de avião???”.

Resta olhar a paisagem e lembrar como nosso país é maravilhoso. Um lugar mais lindo do que o outro. Rios. Cachoeiras. Umas vacas magrinhas. Dava pena.

Parada pro almoço. Muito tempo sem beber. “Vamos arriscar uma cervejinha?” – tentação Rodrigo falando. A louca foi na saudade do 'goró' e penou depois de vontade de ir ao banheiro, várias vezes...

Dentre mil paradas, nada do tempo passar. Rodrigo me aparece com um berimbau. No final das contas, pasmem, eu já estava até cantando música evangélica, Roberta Miranda, o que fosse... Minha amiga liga do Skol Beats, em Maracaípe: “Helena, não agüento mais ficar parada, pelo amor de Deus!”.

Um banho numa parada deu vida. Banho frio, né? Eu me senti viva. Pensamos em comprar um galão de vinho. Não iria dar tempo de beber e não seria de bom tom chegar na casa da Helena com um galão de vinho pela metade... Desistimos.

Uma boa alma do banco de atrás entoou alguns “mantras” e eu e Rodrigo finalmente dormimos mesmo, para felicidade da galera, que só queria saber de dormir e comer. Fora as canções...

Euzinha

20.12.04

Jornada para Recife - 2003

“50 reais no olho do c..”, “povo entra no ônibus, então se enche de emoção e lá vai pro banheiro”... “Passa a viagem, pés inchados e a comida de festa de final de ano começa a fazer efeito... povo enche a pança, castanha, besteiras e é só banheiro, só dramin”, “ih, esta daí tá mudando de volta, tá levando a casa inteira, isso rende!!!”...

Com 'pérolas' como esta estava começando minha peregrinação. 40 horas rumo a Recife. Não houve noites pouco dormidas que tenham me feito apagar no ônibus e era só o começo.

O início da novela foi colocar as malas e “mudanças” pra dentro. Histórias aqui e ali. Uma senhora contou que alguém pedira pra ela guardar umas malas no aeroporto e, depois de alguns minutos, ela fugiu: “sei lá, podia ser qualquer coisa, maconha, estas coisas de toxixico”; “ih, tem outros que vão ao banheiro e largam as crianças. Daqui a pouco, crianças perdidas”; “ih, lá vai vovó chorando” – afirmou uma outra senhora enquanto um ônibus finalmente partia no caos da Rodoviária Novo Rio.

“R$400,00 de excesso de bagagem, que absurdo! Estão metendo a mão só porque é Natal. Não paguei isto antes”. Ao que a famosa senhora retrucou, baixinho: “R$400,00 de mudança de volta pra Recife tá bastante barato, isto aqui não é caminhão não... meu Deus, tem até cachorro...não falei que estão levando a casa inteira...”. Felizmente o cachorro ficou...

Papo vai, papo vem. Companheiro de cadeira simpático; Rodrigo. Falava mais do que eu. Pasmem... Apelidou a “tripulação” de “leva geriátrica”.

3 horas depois lá íamos nós no que viria a se transformar numa verdadeira excursão...

“Eu paguei R$240.00, por este preço, quero cobertor”. Não tinha. Saudade do Golden Bus para Sampa. Não fosse a camisa do Rodrigo, eu iria ter “problemas causados pelo frio”...gangrena, formigamento (...risos...).

Nessa brincadeira, o ônibus botou o pé na estrada, a gente estava “no lucro”. Tanto tempo para sair que estava todo mundo cansado antes de começar a jornada...

Uma parada e o neto da “senhora” pergunta se eu e meu companheiro de cadeira somos irmãos. Pronto, ganhei mais um parente. “Não, por quê?”... “Nossa, como vocês falam! -retrucou o rapazinho - cheio de anéis nos dedos e com a unha do mindinho grande.

“Tira uma curiosidade: por que ‘vocês’ deixam esta unha grande? – perguntou Rodrigo. “Porque eu gosto, ora”. Ah, claro...

Impressão de que o ônibus passa mais tempo parando do que andando. Eu e Rodrigo, sem sono, cantarolando. Músicas de todos os gostos. Quando chegam as músicas de capoeira, alguém pergunta se é macumba. Descobrimos então que era uma tripulação geriátrica e evangélica...

Canta, canta...Nada do tempo passar. Fala, fala, voz começa a sumir e nada. Felizmente um sono safado se rende lá pelas tantas. Eu e Rodrigo quietos para felicidade da “tripulação”...

Euzinha

16.12.04

The Last Day

Ah, claro, como pude me esquecer? Fui ao Buckingham Palace assistir à troca da guarda. Muito legal! Parecem mesmo vários soldadinhos de chumbo, legal que o dia estava lindo e o trânsito realmente fica parado.

No meu último dia em Londres, almocei num restaurantezinho super legal. Fui na Abadia de Westminster derechef... Estava fechada, claro (“por que Diabos você não anotava os dias e horários de funcionamento?”; ah, isso seria previsível demais pra mim...risos...).

Fui ao Big Ben novamente, visitei um lugar que eu tinha me esquecido ( nem sei se cheguei a citar todos aqui...): o Tate Britain. Olhei várias obras de arte. Aproveitei para fazer o mesmo caminho do dia em que cheguei.

O dia estava bonito de novo. Tomei sorvete, caminhei ao longo do Tâmisa, pensando: “everybody needs a place to think”... Terminei o dia, para coroar, bebendo num pub com a galera. Uma graça meu quarto arrumadinho no final...

Minha festa de despedida de Londres foi boa. Faltou o “Rique milk-shake”, é verdade. A gente rodou, rodou e, ao invés de ir pro Sports, acabamos onde, onde? Guess where? Todos os caminhos levam ao Walkabout...

Foi super legal. Estava a maior galera, mistura total: Portugal, Canadá, EUA, Rússia, França, Austrália, África, Itália e, claro, Brasil... Melhor da vida: as diferenças.

Nós dançamos, bebemos, altas fotos... Música tocando, “the best days of my life”, lágrimas escorrendo, novamente, pela face... É, Ta, a vida continua. Coincidências à parte, grande amiga em London, mesmo nome de minha amiga de infância!

Fomos pro hostel depois, como sempre. Sensação estranha, muito estranha. Parecia que eu me via entrando, pela primeira vez, descendo as escadas depois de pegar a chave com a menina da recepção, que era a Sa...

Vida, vida, vida. E eu chorei. A perspectiva de dizer “até logo, Londres” espalhou-se em incontroláveis lágrimas. Sozinha, voltando para casa, eu pude ratificar a certeza de tantos amigos: Londres era a minha cara.

Ao pisar lá, pela primeira vez, eu senti aquele algo mais das grandes paixões fulminantes. Como disse, pensei: “posso morar fácil fácil aqui”.

Deixar Londres representou o fim de espetaculares semanas dentre cultura, arte e, é claro, muita, muita farra d’euzinha Mercosul...celebrando a paz mundial... (risos).

Está marcado na alma. Tem um espaço no coração que já possuía, só foi devidamente “celebrado”. Nem Paris me fez chorar...

E, daqui para frente, lá vamos nós em outras primaveras...

Euzinha

14.12.04

Destino de bêbado não tem dono...

E o dia voltando pra casa? Peguei o buzu pra Trafalgar Square junto a quem ia pra outro lugar, mas tinha que saltar em TS primeiro. Chapada, porque eu tinha que pegar ônibus em Oxford Street, mas estava num misto de emoção com embriaguez, que, andando juntos, são bem mais fortes...

Cismei que não ia ficar naquele ponto, comecei a peregrinação para pegar meu ônibus. Perguntava a todos onde pegar o 189, todos me respondiam que era em Oxford Street e eu dei de cismar que era ali, que já tinha pego antes...

Andei, perguntei a várias pessoas. Já cansada, desistindo, perguntei a um cara que vinha atravessando a rua: “B”.

Com toda paciência, B me explicou novamente que era em Oxford... Depois me disse que estava indo a Kilburn, morava por lá, perguntou se eu queria carona... Bêbada, tudo bem... Insana não... (risos....). Disse que não e ele insistiu.

Coitado, acabou indo pro ponto esperar comigo. Tanto conversou, explicou o caminho, que acabei mudando de idéia e aceitando a carona. Estava tarde, mas engarrafado, acreditam?

Ele, coitadinho, puxando assunto, se eu ainda estava “bolada” de voltar com ele. Parou, mostrou a entrada do apartamento dele, nem tentou me convencer a subir... E me levou em casa. Na boa.

É, também existe o bom inglês... Que maldade, mas é que lembrei da música do Cazuza! Os ingleses, em extinção em Londres, são legais sim e estão perfeitamente integrados à cultura deles... B ainda me convidou pra jantar num outro dia!

Euzinha

7.12.04

Tempo de despedida: que horrível!!!

A despedida era a palavra da vez. O curso tinha acabado também. Apesar de minhas ligações não terem sido tão constantes com o pessoal, bateu forte o coração. Umas semanas antes, eu tinha dito adeus a Carm, a espanhola, e a outros companheiros.

Agora eu dizia adeus a outra espanhola, a italiana super gente boa, o italiano bonitinho chamado Daniele... o iraniano, os dois japoneses...meus professores ingleses....

Fiquei jogando sinuca com o pessoal, bebendo. Vários buracos na mesa, além dos buracos no meu coração... Please, mind the gap! Chegamos a ficar deitados, conversando, no Green Park ( change here...smiles...).

Fui ao Museu de Londres para “desanuviar” vendo a história de Londres, não a minha história em Londres... Do lado do museu tem um pedaço de uma muralha romana bem antiga, muito legal. Ruínas, sempre ruínas...

Euzinha

3.12.04

Correspondência com o passado/futuro

Estes dias estava lembrando quando tentava entender o holandês: loucura total... Demorei um tempão pra entender que o que falavam no tram significava parada (risos...).

No albergue de Paris, enquanto bebia no bar, ou escrevia e-mails, havia uma garota que tocava piano divinamente. Lembro de ficar deslumbrada! Música, música, para os ouvidos e para alma...

Não importa o quanto eu escreva, sempre lembro mais alguma coisa. Eu penava com os teclados; acento virou raridade nos meus e-mails...

Dava até preguiça de escrever, o teclado era muito louco, diferente do que eu costumo utilizar e eu ficava tensa “catando milho”...

No dia em que iria embora de Amsterdam - da primeira vez, eu estava doidona. Mandei um mail pra Alucynate, falando que eu não sabia como ia arrumar a mala e viajar (risos...). Ainda escrevi que estava me sentindo pesada, usando luvas, casaco, cachecol, até gorro...

Eu escrevendo que as pessoas andavam ao contrário, em Londres, até a pé... Lembro até do dia em que não fiz “nada” em Paris (risos...)!!!

Aliás, os e-mails são um caso à parte. Muitas mensagens legais dos amigos: uma verdadeira referência de mim mesma ( ou de “nós mesmas”...). Quando se está longe, mesmo que propositalmente se perdendo, os amigos te lembram do amor, das raízes, da sua outra essência...

Avisos carinhosos como “cuidado com o fígado, para não acabar conhecendo como ninguém a qualidade do soro aplicado nos bebuns de Londres”.

Ou meus amigos me pedindo para ter juízo, ou agradecendo, aliviados, sabendo que eu tinha sobrevivido a Amsterdam; até em Londres eu consegui... Por assim dizer...

Ou da minha amiga inglesa reclamando ( mediante meu comentário – deslumbrada), que o River Thames era cinza e sujo... Imagina, é lindo!!!! Tudo na vida é o olhar que você lança...

Lembrei até da Sheiloca dizendo que tinha até sentido um arrepio, quando escrevi que, depois do primeiro dia, as coisas só “pioraram”, no bom sentido, ótimo sentido...

Sheiloca também comentando meu mail “matrix”, em inglês. Segundo ela, Danizinha com “cara londrina”. E-mail matrix que, somado a um outro mail, no qual eu estava bêbada - indo para um club depois do pub velho de guerra, tinha deixado ela preocupada, que acabou perguntando se eu já sabia como era engov em inglês...

Bom, no meu único momento de passar mal, meu “ato simbólico na relação entre culturas”, não tomei remédio algum... Meu remédio era a vida, o novo, a alegria de estar viva!!! E, para isso, amigos, não é preciso, efetivamente, viajar...

Meu amigo Fabito tem razão. O que tem de melhor neste mundo são os “micos” que pagamos e as "canas" que bebemos. E as memórias, os amigos, os lugares, as culturas, diferentes palavras... Fora o sexo, como ele mesmo disse (e o amor, claro!!!).

Lembro que me perguntaram o que era pior: a chuva ou o frio. Nada é ruim quando você está com o coração e a mente abertos...

E é exatamente isso que eu desejo para minha vida, para o mundo e para as pessoas que amo. Que estejam sempre de peito e mente abertos. Para a novidade, para o aprendizado, para ver o mundo sob a ótica de outra pessoa. E se surpreender em primaveras diferentes, seja num outro continente, seja em você mesmo, seja na sua antiga/nova vida. Mas, sempre, sempre, com disposição para mudar de idéia, de vida, de opções. Isso, sem dúvida, é o melhor da vida!!!

Euzinha

1.12.04

Dualismo na vida – Parte II

Fiquei checando mails, esperando por ele. Ele demorou, demorou tanto, que eu resolvi ligar para ele. Quando falei com o Rique, putis, fico arrepiada até hoje... Tive um dos grandes baques da viagem.

Ele tinha recebido uma ligação da mãe, dizendo que o pai tinha sido internado, estava em coma e era grave. Portanto, ele tinha ido ao aeroporto, comprado passagem de volta e estava vindo ao hostel arrumar a mala para ir embora. Nossa, meu mundo caiu.

Sabe aquele eterno ciclo de vida? De um lado, uma grávida feliz, ostentando a beleza do nascimento, do amor, de uma nova vida. E, do outro lado, o sofrimento com a perda, com a doença, a vida que se esvai repentinamente...

Eu fiquei me sentindo tão mal porque, até então, estava numa felicidade só. Daquelas que você agradece porque anda, porque fala, pela profissão que escolheu, pelas pessoas que estão a sua volta, pelos amigos que tem; enfim, por existir e ter a própria vida...

E o Rique, alegre, feliz, amigo, parceiro, cheio de planos... estava ali agora arrumando as malas, amargando preocupação e tristeza e voltando sozinho, sem o nosso alento... Ele ainda falou pra eu ir ao show da BBC, que show, que show...meu grande amigo estava indo embora...

Eu, Ta, J, Sa e todos que ali se encontravam; nós ficamos estupefatos. Rique foi arrumar as malas, ajudamos ele com algumas coisas e fomos lanchar qualquer coisa no nosso pub velho de guerra.

Depois pegamos um táxi e fomos com ele ao aeroporto. Fomos brincando, no táxi, lembrando das músicas, das farras, tirando foto...

Ele fez o check-in das malas, despediu-se, pegou números de todo mundo e entrou. Ainda ficamos sentados um pouco, prostrados. De lá de dentro, ele ainda ligou pro celular da Ta. Eu eu chorei. Chorei pela quinta vez. Chorei triste, chorei, doloroso. Sofrido.

Foi um choque total. A realidade. Que o mundo não é só festa. Que as coisas ruins existem. Que o ciclo se fecha. Que se morre, que se vai, que se volta, depende sempre do referencial... Que referencial?????

Meu amigo estava voltando, indo ver o pai no hospital e, nós, nós nem estaríamos lá pra dar o abraço da força, do companheirismo, a referência do conviver, da confiança, da amizade.... enfim....

Euzinha